Apesar de ter perdido cargo no Dnocs, líder do PMDB é o
deputado com maior número de afilhados no segundo escalão do governo.
Sua influência, porém, pode estar com os dias contados.
Experiente por acumular o recorde de 11 mandatos consecutivos, o líder
do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), tinha tudo para elevar o
patamar das discussões políticas no Congresso, mas se especializou no
caminho viciado do loteamento de cargos públicos. Atua, sem maior
constrangimento, como portavoz do fisiologismo e sempre viu seus pedidos
atendidos pelo Executivo.
Nas últimas semanas, porém, a maré parece ter começado a mudar. Depois
de trombetear que Elias Fernandes não sairia do comando do Dnocs, o
Departamento Nacional de Obras contra a Seca, teve de engolir a demissão
de seu apadrinhado. Além disso, viu ameaçada sua candidatura à
presidência da Câmara no ano que vem. “Se ele age assim na liderança do
PMDB, imagine o que não vaifazer na presidência da Câmara?”, indagou a
presidenta Dilma Rousseff a auxiliares. Mas Dilma terá muito trabalho se
quiser mesmo limar de vez a influência de Henrique Alves. Hoje ele é um
homem muito poderoso na Esplanada. Henrique Alves é apontado no governo
como o maior padrinho de vagas no segundo escalão do governo federal.
São atribuídas ao deputado quase 50% das nomeações feitas para
contemplar o PMDB.
Metade delas consta da sua cota pessoalíssima e a outra parte é de
apadrinhados dos amigos de Congresso, a quem também precisa agradar. O
Planalto considera de responsabilidade direta de Henrique Alves a
nomeação de quase 20 figuras que circulam pela Esplanada, entre eles o
ex-deputado baiano Geddel Vieira Lima que ocupa a vice-presidência de
Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal. Geddel estreitou laços com
Henrique Alves durante sua temporada à frente do Ministério da
Integração, quando comandava o Dnocs, preenchido ao gosto do deputado
potiguar desde aquela época.
No Dnocs, apesar da demissão de Elias Fernandes, Henrique Alves avançou
tanto que nomeou até o sobrinho José Eduardo Alves para uma diretoria no
Rio Grande do Norte. Os tentáculos de Henrique Alves avançam ainda
sobre o Ministério do Turismo, a Embratur, a Agência Nacional do
Petróleo, a Conab e o INSS, onde emplacou o amigo Pedro Sanguinetti na
diretoria de Orçamento. No Turismo, oito cargos de assessores e
secretários foram preenchidos por indicação do deputado potiguar. Nos
últimos dias, Dilma e o vice Michel Temer conversaram sobre o
comportamento do líder do PMDB.
Temer avocou para si a tarefa de enquadrá-lo. Integrantes do próprio
PMDB admitem que a influência do líder da bancada no governo pode estar
chegando ao fim.
Veja os cargos indicados por Henrrique:
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