18 de fevereiro de 2012

Sete adultos e três adolescentes foram detidos após crime em Queimadas. Depoimentos definiram participação de cada um, revela promotor.


Suspeitos de estupros


O Ministério Público da Paraíba vai oferecer representações contra os três adolescentes apreendidos nesta semana por suspeita de participação nos crimes ocorridos durante uma festa em Queimadas, na Paraíba. Segundo o promotor Márcio Teixeira, que realizou uma audiência com os menores de idade nesta sexta-feira (17), "eles certamente vão responder por estupro, homicídio e porte ilegal de arma". A representação final contra eles deve ser entregue à Justiça na próxima semana.
O grupo é apontado pela Polícia Civil como envolvido na simulação de um assalto, nos estupros de cinco mulheres e na morte de duas convidadas da festa, que aconteceu entre a noite do sábado (11) e a madrugada do domingo. Na quarta-feira (15), a Justiça decretou a internação dos três garotos enquanto o inquérito é finalizado.
Os depoimentos aconteceram no fórum de Queimadas, com o acompanhamento de um juiz representante da Vara da Infância e da Juventude e das mães ou responsáveis pelos adolescentes. Devido ao clima de revolta entre os moradores da cidade, a Polícia Militar montou um forte esquema de segurança para o percurso entre o abrigo provisório em Lagoa Seca, cidade vizinha, e o fórum. Os garotos chegaram ao município usando coletes à prova de bala.
Segundo Márcio Teixeira, o procedimento foi necessário para traçar um perfil dos rapazes e definir com detalhes a participação de cada um no crime, o que irá ajudar o Ministério Público no processo. "O que me chamou a atenção foi ver a frieza do crime, o terror que imperou naquela noite", revelou.
Durante os depoimentos, eles reafirmaram a primeira versão dada à Polícia Civil de que os três haviam sido convidados para a festa com o objetivo de simular um assalto e violentar as mulheres presentes. Ainda conforme o promotor, um dos rapazes assumiu ter escoltado o carro do organizador da festa, enquanto ele levava as duas mulheres na caçamba da caminhonete para assassiná-las. Os demais também teriam participado dos estupros.
Adultos presos em João Pessoa
Além dos três adolescentes, sete adultos estão presos por suspeita de envolvimento no crime. Eles foram transferidos para o presídio de segurança máxima de Jacarapé, o PB1, em João Pessoa, onde permanecem isolados por um período de adaptação até que a direção avalie se há segurança para que eles sejam colocados em celas com os demais presos. A medida foi tomada para evitar conflitos com outros detentos.
“Eles estão em setor reservado. É recomendado que não haja ingresso junto aos demais presos até pelo risco de vida eventual em que podem incorrer. O prazo vai depender do contexto da unidade. O crime pelo qual são acusados causa internamente muita revolta dos apenados”, explicou Harrison Targino, secretário estadual de Administração Penitenciária.
Manifestação
Cerca de 100 pessoas realizaram um manifesto na tarde desta sexta-feira (17) contra o crime cometido na cidade de Queimadas na madrugada de domingo (12). A mobilização aconteceu na frente da Escola Estadual Francisco Ernesto do Rêgo onde a professora Isabela Pajuçara Frazão Monteiro, de 27 anos, uma das vítimas, trabalhava.
Professores, alunos e amigos das vítima se reuniram em frente à escola com cartazes e faixas pedindo justiça pelo crime. A diretora adjunta da escola, Maria Socorro de Morais, disse que Isabela era uma pessoa muita querida e o crime chocou a todos moradores da cidade. Ela lembrou inclusive que a outra vítima morta, a recepcionista Michele Domingues da Silva, de 29 anos, estudou na escola.
Uma outra manifestação está marcada para acontecer no dia 12 de março. Desta vez os moradores de Queimadas prometem fazer uma passeata pela cidade.


Com G1

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