19 de junho de 2012

Família teme silêncio de sequestradores do jovem empresário


Popó Porcino encontra-se desaparecido VITIMA DE SEQUESTRO


A falta de notícias por parte dos sequestradores, com pedido de resgate ou outras instruções, tem atemorizado a família do jovem empresário mossoroense. Até às 21h de ontem, horário de fechamento desta edição e mais de 48 horas depois do crime, ocorrido na madrugada do domingo em um parque de vaquejadas no município de Ceará-Mirim (Região Metropolitana de Natal), o "silêncio" dos bandidos tinha se mantido total e alimentava especulações, não confirmadas por pessoas relacionadas com a família do jovem, de que o crime tenha outras  conotações.

Popó Porcino é um jovem empresário, bastante conhecida pelas atividades empresariais concentradas em Mossoró.

A demora do contato por parte dos sequestradores está sendo interpretada por fontes do jornal como a possibilidade de que o caso não tenha motivação financeira. Dessa forma, seria uma ação de vingança ou retaliação contra o pai do jovem empresário. Através da assessoria de comunicação, a Delegacia-Geral da Polícia Civil (Degepol) informou que permanece fora do caso a pedido da família. 

O sequestro ocorreu durante a madrugada do domingo passado, no parque de vaquejadas Lourival Pereira - às margens da rodovia BR-406, em Ceará-Mirim. De acordo com relato de funcionários do local, o jovem de 19 anos de idade havia acabado de competir e estava no caminhão que usa como base e para o transporte dos cavalos. Freqüentador assíduo de vaquejadas pelo interior do Rio Grande do Norte, o jovem as vezes se fazia acompanhar por  seguranças. Mas, durante o final de semana passado, apenas um tratador de cavalos, funcionários antigo da família, estava com ele.

"Ele estava descansando no seu caminhão, logo após competir. Foi quando um homem se aproximou elogiando o veículo e perguntando se ele negociava animais", relatou uma testemunha presente ao local. Três homens armados com pistolas e revólveres renderam o tratador de cavalos e o jovem, conduzindo os dois para um veículo de cor preta. "Esse carro partiu com tudo em meio às pessoas que se aglomeravam em torno do parque, para a festa que estava acontecendo ali de lado. Mas naquele momento ninguém sabia do que se tratava", disse essa testemunha.

O tratador de cavalos foi abandonado pela quadrilha no município de Santa Maria, a 45 quilômetros do Parque. O carro chegou à cidade pela rodovia RN-064 e os criminosos o abandonaram às margens da rodovia BR-304. A estrada liga o Rio Grande do Norte ao Ceará e reforça a tese levantada por fontes policiais de que a quadrilha seja oriunda do Estado vizinho. A forma como o sequestro foi praticado, com estudo anterior da rotina da vítima, é outro ponto citado pelas fontes do jornal. 

Durante a manhã de ontem, a reportagem retornou ao parque de vaquejadas. Lá, quase todas as estruturas móveis montadas para o grande evento realizado durante o final de semana estavam desmontadas ou em processo de desmontagem. Nenhum representante do parque foi encontrado no local. A equipe refez o trajeto realizado pela quadrilha até Ceará-Mirim. A estrada em boas condições permitiu que o caminho fosse feito em menos de 40 minutos. 

Em Santa Maria, poucas pessoas sabiam do ocorrido. No destacamento da Polícia Militar, não havia informações de que uma vítima de sequestro havia sido abandonado por lá. Após ser liberado pela quadrilha, ele procurou um bar, aberto durante a madrugada, para conseguir contato com a família e pedir ajuda.

Crime não é comum no Estado

Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado é crime previsto no Código Penal Brasileiro, com pena de reclusão de um a três anos. A pena é agravada caso a vítima seja vítima de maus-tratos ou sofra grave sofrimento físico ou moral. 

O Rio Grande do Norte não possui alta incidência de registro desse tipo de crime. Apesar disso, o temor da população em relação a essa prática criminosa tem possibilitado a ocorrência de variações do sequestro: como o falso-sequestro. 

Isso costuma ocorrer quando criminosos se passam por parentes das vítimas e pedem valores em dinheiro como resgate. Sem conseguir contato com o familiar por algum motivo, o alvo dos criminosos se desespera e por vezes torna bem-sucedido o plano dos bandidos. Outra variação do crime é o sequestro-relâmpago. Isso ocorre quando vítimas são abordadas por criminosos que geralmente as levam para agências bancárias com intuito de conseguir dinheiro. Logo depois de alcançado o que era desejado, a vítima é libertada.

Com TN

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