8 de junho de 2012

Mãe é libertada e participa de enterro de gêmea morta após abuso sexual


O corpo da garota gêmea de dois anos que morreu após ser agredida e violentada sexualmente em Vera Cruz, na Bahia, foi enterrado na tarde desta quinta-feira (7), no cemitério Quinta dos Lázaros, em Salvador.
O sepultamento da criança foi realizado às 15h, e a mãe das gêmeas, que estava detida no Presídio Feminino de Salvador, participou da cerimônia, mas não quis falar com a imprensa. Muito emocionada, ela precisou ser amparada pelos familiares.
O cemitério Quinta dos Lázaros ficou cheio de familiares, vizinhos e pessoas que ficaram chocadas com o crime. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), a mãe da criança deu entrada no presídio feminino na terça-feira (5) e foi liberada na quarta-feira (6), após expedido alvará de soltura.
A mãe das crianças estava detida desde o dia 1° (sexta-feira) na carceragem feminina da Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Derrca), e depois transferida para o presídio. Ela responde por envolvimento com o tráfico de drogas.
Por telefone, um tio das crianças informou que a menina que sobreviveu passa bem, embora não tenha dormido com facilidade durante a noite. "Ela sofreu traumas, mas está com a avó e passa bem", diz.
Antes ir para a casa, na quarta-feira (6), a sobrevivente das agressões esteve internada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Vera Cruz, além de ter passado por exame de corpo delito no Instituto Médico Legal (IML), em Salvador.
O crime ocorreu na terça-feira (5). As duas crianças apresentavam hematomas e marcas de violência sexual. O pai delas, apontado como principal autor dos crimes, foi preso e transferido para uma delegacia na capital. A medida visa preservar sua integridade física, já que ele teria recebido ameaças de outros detentos e da comunidade local, informou a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP).
O delegado titular da 24ª Delegacia Territorial de Vera Cruz, Lúcio Ubiracê, se emocionou ao falar com a imprensa sobre o caso das gêmeas. "Tenho 28 anos de polícia, sinceramente, isso daí realmente me balançou muito. Já vi de tudo, mas uma barbaridade como essa não", disse. O suspeito vai responder por homicídio, estupro de vulnerável, lesão corporal e tortura. Um laudo com a causa da morte da criança deve ser divulgado nos próximos dias.
Morte
A Secretaria de Saúde de Vera Cruz, por meio da assessoria de imprensa, informou que a médica de plantão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) tentou reanimar a criança morta, mas não conseguiu salvá-la. O órgão acrescenta que ela sofreu mutilações e o atendimento foi feito na noite de terça-feira (5). "Ele mesmo levou as crianças para o hospital dizendo que elas tinham caído da escada", afirma o delegado Lúcio Ubiracê.
Delegacia de Vera Cruz (Foto: Egi Santana/G1)População revoltada cercou delegacia
(Foto: Egi Santana/G1)
Agressões
Segundo a polícia, o suspeito havia se mudado para Vera Cruz há um mês. Familiares informaram que ele estava sozinho com as crianças em casa, quando começou a sessão de agressões.
"Ele diz que cometia os maltratos porque as crianças eram desobedientes. Havia marcas de queimaduras e agressões antigas", revela o delegado Lúcio Ubiracê. “Ele nunca tinha feito isso. Pelo menos a gente nunca soube. Não sei o que aconteceu. É uma situação horrorosa”, relata um familiar que prefere não revelar o nome.
De acordo com a delegacia de Vera Cruz, o suspeito não apresentou documentos na delegacia, mas ele é conhecido da polícia por autoria de furtos e assaltos na região. A mãe das crianças está presa em Salvador.

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