3 de julho de 2012

Em reforma Aeroporto Internacional Augusto Severo causa desconforto aos passageiros

Quem vai embarcar ou desembarcar no Aeroporto Internacional Augusto Severo  em julho - segundo mês com maior fluxo de passageiros no ano - precisará de um pouco mais de paciência. As novas áreas, que incluem as salas de embarque, desembarque e embarque remoto  e que estão praticamente concluídas, deverão ser liberadas dentro de 30 dias, segundo a superintendência local da Infraero, que administra o empreendimento. Os elevadores, ainda desativados, serão instalados até lá. A previsão inicial era que a obra, orçada em pouco mais de R$ 16 milhões, fosse entregue em dezembro de 2011.
Ana SilvaNova sala de embarque: limpeza e últimos ajustes estão em curso para receber os passageirosNova sala de embarque: limpeza e últimos ajustes estão em curso para receber os passageiros

Neste início de mês, a movimentação de passageiros já está acima do normal. Julho costuma registrar o segundo maior fluxo no ano, perdendo em número de passageiros apenas para o mês de dezembro. O incremento gira em torno de 25%, segundo Usiel Vieira, superintendente do aeroporto, mas pode ser superior a isso. O número de embarques e desembarques registrados em julho de 2011, por exemplo, foi quase 30% maior que o registrado no ano anterior. Usiel minimiza os transtornos. Ele lembra que as novas áreas estão sendo entregues à medida que vão sendo concluídas e ressalta que vários setores já foram liberados. 

A obra já foi motivo de embate entre a a Infraero e a construtora responsável, a Cima Engenharia, que tentou rescindir o contrato na justiça. As partes, porém, chegaram a um acordo, sem paralisar o serviço.

Com a reforma, a capacidade do aeroporto salta para 5,8 milhões de passageiros por ano - o dobro do fluxo registrado no ano passado. Usiel nega que o aeroporto só pudesse receber 1,5 milhão de pessoas antes da reforma e rebate dizendo que capacidade poderia chegar a 4,2 milhões, caso os voos fossem distribuídos durante todo o dia. Para Usiel, o Augusto Severo é capaz de atender a demanda durante a Copa de 2014, caso o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante não fique pronto até lá. 

Segundo o contrato, o Augusto Severo será desativado tão logo o Aeroporto de São Gonçalo seja concluído, o que não impede que os dois operem juntos durante o período de transição, quando a operação é transferida de um terminal para o outro. O consórcio Inframérica, responsável por erguer os terminais em São Gonçalo, e administrar o novo aeroporto por 28 anos prorrogáveis por mais cinco, confirmou ontem que concluirá a aobra antes da Copa. 

A chuva, segundo o superintendente do consórcio, Ibernon Martins, atrapalhou a terraplenagem, mas não atrasará o início das obras de fundações, previstas para o final do mês. O consórcio, segundo Ibernon, já entregou a segunda parte do projeto básico dos terminais à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O Inframérica tem até outubro para entregar o detalhamento do projeto básico - o projeto executivo. A Anac , por sua vez, tem 90 dias, a contar do recebimento do projeto básico completo, para analisar e liberar as novas fases. A reportagem procurou a agência para saber quando concluiria a análise, mas informaram que teriam um posicionamento apenas "hoje".

Embora o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, tenha levantado a possibilidade da manutenção da operação comercial no Augusto Severo após a conclusão do de São Gonçalo,  Usiel Vieira considera a possibilidade inviável, do ponto de vista econômico. Alterar o contrato, segundo Usiel, não seria decisão da Infraero, mas do governo federal. 

SAIBA MAIS

O sinal amarelo para o Aeroporto Augusto Severo voltou a acender em março de 2012, quando um artigo publicado pelo coordenador  de Infraestrutura Econômica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Carlos Campos, revelou que o aeroporto potiguar operava acima de sua capacidade. O Augusto Severo não era o único a figurar nesta lista. Dezessete dos 20 principais aeroportos brasileiros (85% do total) estavam em situação crítica ou preocupante no início do ano, segundo o estudo Aeroportos no Brasil: Investimentos e Concessões, de autoria de Campos. Segundo reportagem publicada pela Agência Brasil, apenas os aeroportos de Porto Alegre, Salvador e Manaus funcionavam em condições "adequadas", na época. Outro estudo do Instituto já revelava que 14 aeroportos - entre eles, o potiguar - estavam com a capacidade operacional acima do limite, em abril do ano passado.  

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