28 de dezembro de 2012

Indiana vítima de estupro coletivo morre em hospital

A jovem indiana de 23 anos vítima de um brutal estupro coletivo em um ônibus em Nova Déli morreu em um hospital de Cingapura, confirmou a equipe médica que a tratava.
"A paciente morreu em paz às 4h45 do dia 29 de dezembro de 2012 [18h45 desta sexta-feira em Brasília]. Sua família e autoridades indianas estavam ao seu lado", diz o boletim do hospital Mount Elizabeth.
"O estado de saúde da jovem continuou se deteriorando desde sua internação no dia 27 de dezembro, apesar dos esforços da equipe de especialistas que a atendia", acrescenta a nota.
A jovem já havia passado por três cirurgias em Nova Déli antes de ser transferida para Cingapura. De acordo com os médicos a causa da morte foi dada como falência múltipla dos órgãos causada por severos ferimentos ao corpo e ao cérebro.
Mais cedo, Kelvin Loh, diretor do hospital Mount Elizabeth, havia dito que o estado da jovem continuava muito grave.
"A paciente está lutando contra as estatísticas, lutando para sobreviver. A investigação da nossa equipe médica logo que ela chegou ao hospital ontem mostrou que além de uma parada cardíaca, ela também teve infecção no pulmão e no abdômen, além de dano cerebral", acrescentou.
A jovem foi violentada durante uma hora por diversos homens e depois ela e um amigo foram espancados com barras de ferro e expulsos do ônibus nus.
Protestos nacionais
O ataque, ocorrido há duas semanas, levou a uma série de protestos violentos na Índia, com manifestantes pedindo o fim da impunidade para pessoas acusadas de estupro. Um policial morreu durante um dos incidentes.
Seis homens foram presos e dois policiais envolvidos na investigação do caso foram suspensos. O ministro do Interior da Índia, Sushil Kumar Shinde, disse que o governo decidiu mandar a jovem para o exterior, acatando uma recomendação feita pelos médicos indianos.
O governo está tentando conter a indignação da população com novas medidas de punição e prevenção a crimes de estupro.
Entre as medidas está o aumento no número de patrulhas noturnas, a checagem de motoristas de ônibus e a proibição de vidros escuros ou cortinas em veículos de transportes público.
O governo também prometeu publicar na internet fotos, nomes e endereços de estupradores condenados pela Justiça.
Duas comissões foram estabelecidas - uma para acelerar o julgamento de casos de estupro e outra para examinar os erros cometidos no incidente específico de Nova Délhi.
A jovem havia pego um ônibus com um amigo na região de Dwarka, no sudoeste da cidade, quando foi estuprada pelos passageiros por quase uma hora, espancada com barras de metal e jogada para fora com o veículo ainda em movimento.
Somente neste ano, mais de 630 casos de estupro já foram registrados em Nova Déli, conhecida no país como "capital do estupro".
De tempos em tempos, casos como este mobilizam a opinião pública e ganham espaço em programas de TV, jornais, revistas, além de virarem tema de protestos e discursos de políticos. Mas pouco depois o nível de atenção é reduzido e o ciclo de violência e impunidade continua, dizem analistas.

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