11 de setembro de 2013

'Doido ele não é', diz irmã de advogada morta no RN sobre PM acusado

Corpo de advogada foi enterrado na zona rural de Parelhas (Foto: Anderson Barbosa/G1) (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Corpo de advogada foi enterrado na zona rural de
Parelhas (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Para a irmã da advogada Vanessa Ricarda de Medeiros, de 37 anos, morta a pauladas em fevereiro, o policial militar acusado do crime "de doido não tem nada". Também advogada, Vitória Régia de Medeiros prestou depoimento sobre o caso nesta terça-feira (10) na Vara de Precatórios, no Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Natal. Réu no processo, o soldado Gleyson Alex de Araújo Galvão recebeu licença da junta médica da Polícia Militar na semana passada para se submeter a tratamento de saúde mental.  O crime aconteceu na noite de 14 de fevereiro deste ano dentro de um motel na cidade de Santo Antônio, a 70 quilômetros da capital.
Vitória Régia e Gleyson se encontraram durante a audiência de instrução. "Perguntei se estava satisfeito com o que tinha feito, e ele ficou calado, com um ar de riso. Está muito bem obrigado. Muito bem vestido, mais gordo e nem algemado estava", afirma a advogada, que acusa a PM de corporativismo no caso. Apesar do tratamento, o policial continua preso no quartel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), na zona Norte de Natal, segundo informou o coronel Francisco Araújo Silva, comandante geral da PM. "Ele recebe atendimento quando necessário, mas não será solto", acrescentou o comandante.
De acordo com Vitória Régia, o acusado vive com regalias dentro do quartel. "O processo administrativo para expulsão dele não sai do lugar. Enquanto isso, o processo da Justiça, conhecida como demorada, está andando. Está na maior regalia do mundo e recebendo o salário", conclui a advogada.
Para o advogado Emanuel de Holanda Grilo, que representa a família da vítima, "é no mínimo intrigante que o comando da PM seja tão eficiente para atender o pedido de licença, ao passo que o processo administrativo referente à expulsão de Gleyson da corporação não anda”. Ele acrescenta: “Evidente que o direito de ampla defesa e contraditório tem que ser respeitado no âmbito do processo administrativo disciplinar, mas isso de modo algum justifica o fato de o procedimento ter ficado parado desde março. Gostaria que os responsáveis tenham agora a mesma eficiência para apreciar o feito. Enquanto isso, ele continua sendo pago pelo erário".
A publicação também considera o soldado Gleyson 'incapaz temporariamente para o serviço ativo da Polícia Militar' e o proíbe de usar arma de fogo neste período. “Gleyson Alex de Araújo Galvão, Sd PM: Incapaz temporariamente para o serviço ativo da Polícia Militar. Necessita de 78 (setenta e oito) dias de licença para tratamento de saúde a contar de 20.06.13. Não pode portar arma de fogo neste período", diz o boletim de número 158. 

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