24 de setembro de 2013

Feita para acalmar, nota do PT aborrece o PSB

A cúpula do PSB considerou desrespeitosa a nota divulgada pelo PT em resposta à sua decisão de não mais participar do governo de Dilma Rousseff. Aprovado em reunião da Executiva petista nesta segunda-feira (23), o texto trata a sucessão de 2014 como mera reedição da disputa PT X PSDB. E insinua que não restaria a Eduardo Campos e seus correligionários senão apoiar a reeleição de Dilma. Sob pena de se associarem ao atraso.

O blog ouviu duas lideranças do PSB na noite passada. Uma recorreu à ironia: “O PT virou um partido caolho. Vê tudo pela metade. E só enxerga a metade em que aparece o seu próprio umbigo.” E a outra: “O brasileiro está de saco cheio da polarização entre petistas e tucanos. Dilma despencou para patamares abaixo dos 40%. Maria Silva tem 26% do eleitorado. Sem fazer campanha, o Eduardo foi a 7%. Só não vê o que se passa quem está cego.”
Curiosamente, a nota do PT foi redigida com o propósito de apaziguar os ânimos. Num dos seus tópicos, a legenda sinaliza a intenção de manter sua infantaria nos cargos que ocupa em Estados governados pelo PSB: PE, CE, PI, ES e AP. “Onde o PT decidiu participar de governos dirigidos pelo PSB, assim como onde o PSB participa de governos dirigidos pelo PT, deve prevalecer o debate programático, mantendo a diretriz de que os cargos estão sempre à disposição.”
Chegou-se a essa fórmula após interferência de Lula. Em privado, o presidente do PT, Rui Falcão, dizia preferir que seu partido também desembarcasse dos governo geridos pelo PSB. Por mal do pecados, o trecho referente aos cargos, item 4 da nota, foi o que menos chamou a atenção da turma de Eduardo Campos. O que motivou a irritação foram, sobretudo, os itens 1 e 2.
Num, o PT sustenta que 2014 repetirá a polarização de 2002, 2006 e 2010. Noutro, fulmina a hipótese de surgirem nomes alternativos: “…Tanto no primeiro quanto no segundo turno, a disputa colocará os partidos em dois campos distintos: um deles representado pelos avanços promovidos pelos governos de Lula e de Dilma, e outro, representado pelos governos hegemonizados pelo PSDB, DEM e PPS.” Dessa lista, o PPS de Roberto Freire flerta com o projeto presidencial de Eduardo Campos.

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