6 de setembro de 2013

PM acusado de matar advogada a pauladas em MOTEL de Santo Antonio ganha licença médica

Corpo de advogada foi enterrado na zona rural de Parelhas (Foto: Anderson Barbosa/G1) (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Corpo de advogada foi enterrado na zona rural de
Parelhas (Foto: Anderson Barbosa/G1)
A junta médica da Polícia Militar do Rio Grande do Norte concedeu 78 dias de licença para que seja submetido a tratamento de saúde o soldado Gleyson Alex de Araújo Galvão, acusado de assassinar a pauladas a advogada Vanessa Ricarda de Medeiros, de 37 anos. A vítima, que era ex-namorada do policial, foi morta na noite de 14 de fevereiro deste ano dentro de um motel na cidade deSanto Antônio, a 70 quilômetros da capital.
A licença foi publicada no boletim interno da corporação e trás uma ressalva: “A contar de 20 de junho de 2013”. O boletim, contudo, só foi publicado no dia 21 de agosto. Apesar disso, o policial continua preso no quartel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), na zona Norte de Natal, segundo informou o coronel Francisco Araújo Silva, comandante geral da PM. "Ele recebe atendimento quando necessário, mas não será solto", acrescentou o comandante.
O advogado Marcus Alânio Martins Vaz, que defendo o policial, rebate a informação do comandante e diz que Gleyson não está sendo atendido porque a Polícia Militar está sem psiquiatra no momento. “De fato nosso psiquiatra está doente, mas quando algum policial militar precisa de atendimento de um profissional de psiquiatria, como é o caso, contamos com a ajuda do Exército e do Itep (Instituto Técnico-Científico de Polícia). Contudo, o coronel não soube precisar quantas vezes o soldado recebeu qualquer atendimento clínico desde que o boletim foi publicado.
Para o advogado Emanuel de Holanda Grilo, que representa a família da vítima, "é no mínimo intrigante que o comando da PM seja tão eficiente para atender o pedido de licença, ao passo que o processo administrativo referente à expulsão de Gleyson da corporação não anda”. Ele acrescenta: “Evidente que o direito de ampla defesa e contraditório tem que ser respeitado no âmbito do processo administrativo disciplinar, mas isso de modo algum justifica o fato de o procedimento ter ficado parado desde março. Gostaria que os responsáveis tenham agora a mesma eficiência para apreciar o feito. Enquanto isso, ele continua sendo pago pelo erário".
A publicação também considera o soldado Gleyson 'incapaz temporariamente para o serviço ativo da Polícia Militar' e o proíbe de usar arma de fogo neste período. “Gleyson Alex de Araújo Galvão, Sd PM: Incapaz temporariamente para o serviço ativo da Polícia Militar. Necessita de 78 (setenta e oito) dias de licença para tratamento de saúde a contar de 20.06.13. Não pode portar arma de fogo neste período", diz o boletim de número 158. 
Atestado foi assinado pelo médico psiquiatra Jurandir Macêdo de Carvalho Júnior no dia 22 de maio deste ano (Foto: Reprodução)
Atestado foi assinado pelo psiquiatra Jurandir Macêdo de Carvalho Júnior no dia 22 de maio deste ano
(Foto: Reprodução)
O atestado foi assinado no dia 22 de maio deste ano pelo psiquiatra Jurandir Macêdo de Carvalho Júnior. Nele, o médico considera que o policial “necessita de afastamento de suas atividades laborais por tempo indeterminado e de acompanhamento psiquiátrico e psicoterápico sistemático e regular”.

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