14 de agosto de 2014

“Maior lição de Eduardo Campos é não desistir do País”, afirma Wilma




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Wilma de Faria lamenta morte de Eduardo Campos

Abalada com a morte do presidenciável Eduardo Campos (PSB), que ocorreu na manhã de ontem, a presidente estadual do PSB e candidata ao Senado Wilma de Faria comentou, agora há pouco, a tragédia que tirou a vida do maior líder do seu partido.
“É um momento de muita tristeza, de sofrimento, da perda de um grande homem. A maior lição que Eduardo Campos deixa é não desistir do País. Ele sempre levou uma mensagem de progresso, conquista, desenvolvimento”, declarou a pessebista.
Wilma também relembrou a convivência que teve com Campos. “Convivi 22 anos com ele. Sempre lembrarei das suas lições. Ele foi um homem que se preparou para se doar ao País. Conhecia bem todos os setores e sabia o que fazer para levar qualidade de vida à população”, comentou.
A pessebista preferiu não comentar o futuro político do PSB neste momento. Disse que é hora do luto. Visivelmente abalada, a voz de Wilma cortava e indicava momentos de choro, enquanto ela comentava a importância de Campos para o País.
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Nesse registro Eduardo Campos ao lado de Lideres Políticos da Região em recente visita a Cidade de Santa Cruz, dentre os que o acompanharam estava o Deputado Tomba e o Prefeito PEPEU LISBOA.


Trajetória de líder

Herdeiro político do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, Eduardo Campos foi o governador com maior índice de aprovação do Brasil e conseguiu o maior percentual de votos entre todos os candidatos do Brasil. Na eleição deste ano, Eduardo Campos era o nome do PSB para a disputa. Apesar de aliado da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, até às vésperas de ser candidato, Eduardo Campos fazia uma campanha de duras críticas ao Governo petista. Ele acusava Dilma de se esconder sob uma imagem construída pelo marketing político do Governo (de que o país vai bem), enquanto a economia apresenta baixos índices de crescimento. “Eu acho que o Brasil deseja mudar, mas não mudar para o passado e sim para o futuro, preservando as conquistas que produzimos na vida do país nos últimos anos. O Brasil também precisa superar a política do fisiologismo, do patrimonialismo, superar o baixo crescimento na inflação que está de volta, os juros altos, o caos que se estabelece no setor elétrico brasileiro”, disse o candidato, quando esteve em Natal. 
Divulgação
Eduardo Campos foi o governador com maior índice de aprovação e conseguiu o maior percentual de votos entre todos os candidatos do BrasilEduardo Campos foi o governador com maior índice de aprovação e conseguiu o maior percentual de votos entre todos os candidatos do Brasil

Nascido no Recife, Eduardo Henrique Accioly Campos era formado em Economia, pela  Universidade Federal de Pernambuco. Criança na década de 1960, não vivenciou os episódios de violência política contra o avô, Miguel Arraes, preso e cassado pelos militares após o golpe de 64, mas lembrava-se bem dos anos difíceis para a família até a volta do avô, exilado na Argélia e depois na França, ao Brasil em 1979. Inspirado no exemplo dele, Eduardo Campos começou na política jovem, logo após ter ingressado na universidade, aos 16 anos. Veja, abaixo, a linha do tempo na vida do homem que - segundo pesquisas de opinião pública - “mudou a face de Pernambuco”.

1965 
Eduardo Henrique Accioly Campos nasceu em 10 de agosto desse ano, no Recife, filho do poeta e cronista Maximiano Campos, morto em 1998, com a ex-deputada federal e atual ministra do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes. Ele era neto (por parte de mãe) do ex-governador Miguel Arraes (1916-2005).

1981
Entrou na faculdade de Economia, na Universidade Federal de Pernambuco, iniciando uma militância na política estudantil. Em 1985, quando formou-se, aos 20 anos, era presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Economia e foi aluno laureado e orador da turma.

1986
Trocou a possibilidade de um mestrado nos Estados Unidos pela participação na campanha que levou Miguel Arraes de volta ao Governo de Pernambuco, tornando-se chefe de gabinete. Na função, deu início a uma carreira que o consagraria como um dos mais brilhantes políticos de sua geração. 

1987/1989
Como chefe de gabinete do governador Miguel Arraes, participou diretamente da criação da primeira Secretaria de Ciência e Tecnologia do Nordeste, em 1987, e, em 1989, da primeira Fundação de Amparo à Pesquisa da Região, a Facepe. 

1990 
Entrou para o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e conquistou, pelo partido, o primeiro mandato, deputado estadual. Na Assembleia Legislativa de Pernambuco, foi líder e um dos mais destacados parlamentares da bancada da oposição. 

1994
Eleito deputado federal por Pernambuco, com 133 mil votos, ficando à disposição do Governo do Estado de Pernambuco, a partir de 1995, para exercer o cargo de secretário do Governo e, em 1996, o de secretário da Fazenda. Na área econômica do Governo pernambucano, criou a campanha Todos com a Nota, que deu grande impulso à cultura e ao futebol pernambucano e ainda elevou a arrecadação de tributos no Estado, para níveis jamais alcançados. 

1998 
Reeleito para a Câmara Federal, como o deputado federal mais votado do Estado. Obteve 225 mil votos. Durante esse mandato, é o principal articulador para a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural Brasileiro, criada em 13 de junho de 2000.

2002 
Conquista o terceiro mandato consecutivo como deputado federal, destacando-se  como um dos principais articuladores do governo Lula, para a aprovação das reformas da Previdência e Tributária. Participa de várias Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), como a de Roubo de Cargas e a do Futebol Brasileiro (Nike/CBF). Nesta última, atuou como sub-relator, onde denunciou o tráfico de menores brasileiros para o exterior.

2003
Assume o cargo de ministro de Ciência e Tecnologia, convidado pelo presidente Lula. Em sua gestão, o MCT deixou de ser um órgão restrito aos interesses das comunidades científicas e acadêmicas e se transformou em um mecanismo capaz de colocar os conhecimentos dos cientistas à disposição da sociedade. 

2005 
Assume a presidência nacional do PSB. Após o discurso, Eduardo foi aplaudido, de pé, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; o vice-presidente, José Alencar; seis ministros, os presidentes nacionais de vários partidos e outras lideranças. 

2006
No início do ano, pede licença da presidência nacional do PSB para concorrer ao Governo do Estado, pela Frente Popular de Pernambuco. No dia 29 de outubro daquele mesmo ano, foi eleito governador. 

2007 
Em 1º de janeiro, assume o Palácio do Campo das Princesas e dá início ao um governo considerado de “transformação”. Contrata os serviços de consultorias nacionais e implementa uma política de gestão focada na “eficiência e em metas de resultados”. 

2010
Os resultados do primeiro Governo o levam à reeleição. Eduardo Campos obtém 82,83% dos votos válidos para um segundo mandato à frente do Governo de Pernambuco.

2014
No dia 4 de abril deste ano, Eduardo Campos entregou formalmente o cargo de governador de Pernambuco para dedicar-se à campanha presidencial. Ontem, por volta das 10h da manhã, foi vítima de acidente aéreo no litoral paulista (Santos). Eduardo Campos tinha 49 anos (completados no último domingo). Casado com a economista e auditora do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, Renata Campos, deixa cinco filhos: Maria Eduarda (21 anos), João (19), Pedro (17), José (8). Seu filho mais novo, Miguel, nascido no dia 28 de janeiro deste ano, foi diagnosticado com Síndrome de Down. 

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