20 de janeiro de 2017

Para conter onda de ataques, Forças Armadas chegam ao RN

Tropas militares chegaram a Natal na manhã desta quinta-feira (20) para conter ataques criminosos no estado (Foto: Rodrigo Martins/TVU)

Em razão dos ataques, Natal amanheceu sem ônibus. Até o momento, não há previsão de os veículos saírem das garagens. Este é o sétimo dia de motim em Alcaçuz, maior presídio do estado, onde 26 detentos foram mortos no fim de semana. Nesta quinta, em uma verdadeira batalha campal, as facções voltaram a se confrontar. Muitos ficaram feridos e há informações de que há mortos no local, mas os corpos ainda não foram retirados.
Pelo menos três novos ataques foram registrados entre a noite da quinta e madrugada desta sexta no estado. Um carro foi incendiado na cidade de Currais Novos, no Seridó potiguar, a Delegacia da Mulher da cidade de Caicó foi arrombada e incendiada, e dois ônibus foram queimados na garagem de uma empresa, na Zona Norte de Natal.
Até o momento, vinte e quatro ônibus, dois micro-ônibus, um carro do governo do estado, três carros da secretaria de Saúde de Caicó, um veículo da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, duas delegacias e um prédio público foram alvos de criminosos. Não há informação de pessoas feridas. Os atentados, a maioria incendiários, foram registrados em oito municípios.
Potiguar 2
Essa será a segunda vez em seis meses que militares são empregados no cambate à criminalidade em Natal e na região metropolitana. Em agosto do ano passado, por 21 dias, o mesmo efetivo ocupou as ruas da cidade após uma série de ataques criminosos em todo o Estado.
De acordo com o Exército Brasileiro, a Operação Potiguar 2 seguirá os mesmos moldes da primeira ação. Os militares virão dos mesmos batalhões da Operação Potiguar 1, localizados nos Estados de Pernambuco e da Paraíba, além do interior do Rio Grande do Norte.
Houve ataques em nove municípios do estado: Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Ceará-Mirim, João Câmara, Macau, Caicó, Touros e Maxaranguape.
Segundo o secretário de Segurança Pública, Caio Bezerra, a relação entre os ataques e a crise no sistema penitenciário do estado está sendo investigada. "Pessoas já foram presas", afirmou, mas sem revelar a quantidade de detidos.
A maioria dos ataques aconteceu no mesmo momento em que a PM fazia a remoção de 220 presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz. No local, 26 detentos morreram durante uma rebelião no final de semana. Destes, segundo o governo, 15 foram decapitados. Alcaçuz fica em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal.
A remoção dos presos foi uma nova tentativa de o Estado retomar o controle da unidade. Para a retirada dos detentos o governo está usando ônibus de turismo locados.
Cenário de guerra toma conta da Penitenciária Estadual de Alcaçuz. “Está todo mundo armado”, afirma a PM. (Foto: Elias Jornalista)Cenário de guerra toma conta de Alcaçuz. “Está todo mundo armado”, afirma a PM. (Foto: Elias Jornalista)

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