Uma
professora da rede municipal de ensino de Cascavel, no oeste do Paraná,
foi afastada do cargo nesta terça-feira (30) após ter publicado, no
perfil dela no Facebook, fotos de crianças durante uma aula de educação
sexual. Um procedimento administrativo foi aberto para investigar o
caso.
Nas
imagens, crianças de 9 e 10 anos, do 5º ano da Escola Municipal Aníbal
Lopes da Silva, manuseiam preservativos e objetos que imitam órgãos
genitais masculino e feminino durante uma aula sobre prevenção a Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e métodos contraceptivos.
Os
objetos foram cedidos pelo Centro Especializado de Doenças
Infecto-Parasitárias (Cedip), ligado à Secretária de Saúde. A Secretaria
de Educação informou que a direção e a coordenação da escola sabiam da
entrada dos materiais, mas não a forma como seriam utilizados.
O
caso gerou repercussão nas redes sociais, e o prefeito de Cascavel,
Leonaldo Paranhos (PSC), mesmo em viagem a Brasília, determinou o
afastamento da professora. Ele se disse indignado com a situação.
A
secretária de Educação de Cascavel, Márcia Baldini, afirmou que soube
do fato na manhã desta terça e convocou a professora para uma reunião no
fim da tarde. O afastamento, segundo ela, é por tempo indeterminado.
Márcia
explicou que há na grade de ensino a previsão de noções básicas sobre
os temas trabalhados pela professora, mas considerou que a forma como o
assunto foi tratado não é adequada para a idade das crianças.
Para
ela, a utilização dos objetos seria para adolescentes acima de 12 anos.
Ela também pediu para que as imagens fossem retiradas da rede social.
No fim da tarde, a professora desativou o seu perfil no Facebook.
Ainda de acordo com a secretária, os pais dos alunos serão convocados para uma reunião com a direção e a coordenação da escola.
O que diz a professora
A
professora Grasiela Ivana Passarin afirmou que “não vê problemas em
abordar o assunto” da forma como fez e considerou o afastamento um
equívoco. Segundo ela, o projeto de prevenção existe há 20 anos.
“Há
um planejamento, uma conversação sempre. Em nenhum momento, por
exemplo, recebi a visita da secretaria. Estou muito tranquila”, disse.
Grasiela
se disse aberta ao diálogo, mas que teme “informações distorcidas e
equivocadas” sobre a situação. “Há um discurso de muita violência”,
afirmou.
MP vai analisar o caso
A
promotora Simone Lorens, que cuida da proteção a crianças e
adolescentes, disse que será instaurado um procedimento para analisar o
caso e verificar se houve alguma irregularidade na publicação das
imagens das crianças em redes sociais ou na abordagem pedagógica para a
faixa etária dos alunos.
Segundo
ela, caso sejam comprovados atos ilícitos, serão aplicadas sanções
previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ou até
encaminhamento para a esfera criminal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários postados nas publicações são MODERADOS porem seus conteúdos são de responsabilidade dos autores.