O teor da auditoria da CGU – órgão vinculado ao Palácio do Planalto, cuja missão principal é fiscalizar a aplicação do dinheiro público – foi publicado pela “Revista Época” desta semana. Os técnicos da CGU fizeram um trabalho meticuloso para levantar as irregularidades no Sesi – órgão do chamado Sistema S, bancado pelas indústrias para qualificar os trabalhadores do setor. A partir da indicação dos fantasmas, telefonaram em horários distintos a procura dos mesmos, foram aos escritórios do Sesi, vasculharam computadores e entrevistaram os colegas de trabalho.
A nora de Lula, que é casada com Sandro Luís Lula da Silva, foi contratada para trabalhar na representação do Conselho Nacional do Sesi, em São Bernardo do Campo, mas raramente aparece no local, conforme constatou a CGU. Ela tem salário de R$ 13.500 mensais, segundo Época. Quem também deveria trabalhar na representação é Rogério Aurélio Pimentel, ex-assessor de Lula no Planalto, demitido com a chegada da presidente Dilma Rousseff. Pimentel também pouco é visto na representação. Em outra auditoria, a CGU questionou a criação da representação em São Bernardo, onde Lula mora, e não em São Paulo.
Na sede do Sesi em Brasília, os técnicos da CGU tentaram localizar a mulher de João Paulo, mas ficaram sabendo que ela quase não aparece por lá, embora tenha sido contratada em 2003, com salário de R$ 22 mil por mês. Época encontrou Márcia cuidando da reforma da casa do casal em São Paulo. Ela disse à revista que pode fazer seu trabalho tanto em Brasília como em São Paulo. Outro caso apurado pela CGU foi do advogado e jornalista Douglas Martins de Souza, consultor jurídico do Sesi.
Presidido pelo ex-deputado Jair Meneguelli, desde o governo do ex-presidente Lula, o Sesi também emprega a sindicalista Sandra Cabral, amiga do ex-tesoureiro petista Delúbio Soares. Ela tem um salário de R$ 36 mil por mês. Meneguelli também levou para o Sesi o petista Osvaldo Bargas, que foi seu companheiro na direção da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O salário de Bargas é de R$ 33 mil. Assessoria do Sesi disse à Época que os funcionários investigados pela CGU cumprem suas jornadas de trabalho normalmente e que os cargos são de livre provimento.
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