A previsão de permanência do Fenômeno La
Niña no Oceano Pacífico pelo menos até o meio de 2018, associado com a
melhora nas condições da temperatura superficial das águas do Oceano
Atlântico sul, indicam uma tendência de chuvas de normal a acima do
normal para o período chuvoso no semiárido potiguar, que vai de
fevereiro a abril. No período chove em média de 500 mm a 600 mm,
principalmente nas regiões Oeste e Central.
Essa informação é de extrema importância
não só para o seguimento agropecuário, mas também para toda economia do
Rio Grande do Norte, já que 93% do território potiguar é semiárido e tem
enfrentado nos últimos anos uma seca severa que resultou nos
esvaziamento de reservatórios importantes para o abastecimento da
população, solo inapropriado para a agricultura e perdas também na
pecuária.
A conclusão foi durante a realização em
Fortaleza/ CE do XX Workshop Internacional de Avaliação Climática para o
Semiárido Nordestino, pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos
Hídricos (Funceme).
Além de especialistas da Funceme,
participaram do encontro que aconteceu na última semana, estudiosos do
Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE), do Instituto Nacional de
Meteorologia (INMET) e meteorologistas dos Centros de Meteorologia da
região Nordeste.
Análise das condições climáticas atuais e previsão de chuva de fevereiro a abril de 2018 no RN
O Mês de dezembro de 2017 apresentou uma
característica pluviométrica inerente ao clima semiárido, que é alta
variabilidade temporal e principalmente espacial na ocorrência das
chuvas. A figura 1, mostra claramente essa particularidade
pluviométrica, com algumas regiões ocorrendo chuvas e outras, sem
chuvas.
Esse comportamento resulta da atuação de
sistemas meteorológicos transientes de difícil previsibilidade como é o
caso dos Vórtices Ciclônicos de Ar Superior (VCANS) e Frentes Frias,
comuns atuar sobre a região nesta época do ano. A atuação de um vórtice
ciclônico de ar superior, presente sobre a região na segunda quinzena do
mês, ocasionou chuvas no Litoral, mais concentradas na região da Grande
Natal, algumas chuvas isoladas nas Regiões do Agreste, Central e Alto
Oeste.
As maiores chuvas mensais foram
registradas nos municípios de Água Nova (45,5mm), José da Penha
(42,0mm), Major Sales (38,9mm) localizadas no Alto Oeste. No Agreste,
destaque para os municípios de João Câmara (28,0mm) e Bom Jesus (16,3mm)
e no Litoral Leste para os municípios de Natal (46,9mm) e Ceará Mirim
(26,00mm).
Análise do Parâmetros Climáticos – dezembro/17
O fato de maior destaque em relação aos
parâmetros oceânicos/atmosféricos observados durante o mês de dezembro
de 2017 foi a permanência do Fenômeno La Niña, ocorrendo com intensidade
moderada em grande parte do Oceano Pacífico Equatorial. Por outro lado,
observou-se que as águas superficiais do Oceano Atlântico Norte
mantiveram um maior aquecimento em relação as águas superficiais do
Oceano Atlântico Sul, mantendo uma incerteza na previsão climática para
2018.
Com a chegada de janeiro de 2018, foi
observado uma melhora significativa nas águas superficiais do oceano
Atlântico próximo da faixa equatorial e ao longo do litoral nordestino.
Essa tendência de aquecimento das águas no Atlântico Sul possibilita uma
melhora na ocorrência de chuvas sobre o Nordeste Brasileiro para o
período de fevereiro a maio de 2018.
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