O plenário da Câmara dos Deputados vai tentar votar esta
semana o projeto de lei (PL 3.723/2019) que amplia a posse e o porte de armas
de fogo no país.
O projeto do Poder Executivo permite a concessão de porte de
armas de fogo para novas categorias, além das previstas no Estatuto do
Desarmamento (Lei 10.826/03).
Atualmente, o porte só é permitido para as categorias
descritas no Estatuto do Desarmamento, como militares das Forças Armadas,
policiais e guardas prisionais. O porte de armas consiste na autorização para
que o indivíduo ande armado fora de sua casa ou local de trabalho. Já a posse
só permite manter a arma dentro de casa ou no trabalho.
Entre outros pontos, o texto do relator da proposta, deputado
Alexandre Leite (DEM-SP), diminui de 25 para 21 anos a idade mínima para a
compra de armas desde que comprovados alguns requisitos, como bons antecedentes
e apresentação de laudo psicológico.
O relator também incluiu em seu parecer que cidadãos poderão
obter a licença se comprovarem a efetiva necessidade devido aos riscos da
profissão (como transporte de valores e de materiais controlados) ou por terem
sofrido alguma ameaça contra si ou seu dependente. A concessão dessa licença
exigirá aos menos 25 anos de idade e os mesmos requisitos da posse, como laudo
psicológico e bons antecedentes.
A oposição tem divergências com pontos do relatório, como a
diminuição da idade para o porte e o porte de armas permanente para quem trabalha
com transporte de valores.
MPs
O plenário também pode apreciar as medidas provisórias (MPs)
que criam o programa Médicos do Brasil, em substituição ao Mais Médicos (MP
890/2019), e a que institui pensão especial para crianças com microcefalia
decorrente do vírus Zika (MP 894/2019).
No dia 1º de agosto, o governo lançou o Médicos do Brasil. O
principal objetivo do novo programa continua sendo a interiorização de médicos
pelo país, especialmente nas regiões mais remotas e desassistidas. Uma das
principais novidades é a contratação dos profissionais pelo regime de
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Até então, os contratos eram
temporários de até três anos.
No dia 4 de setembro, o governo federal editou MP que
assegura pensão especial por toda a vida para crianças vítimas de microcefalia
decorrente do vírus Zika. Pelo texto do Executivo, o benefício será concedido a
quem nasceu entre 2015 e 2018 e cuja família receba o Benefício de Prestação
Continuada (BPC), auxílio no valor de 1 salário-mínimo concedido a pessoas de
baixa renda. Mas o relator da MP na comissão que analisou a proposta, senador
Izalci Lucas (PSDB-DF), incluiu o benefício para as crianças afetadas nascidas
até o final deste ano.
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