Presépio de Natal custou R$ 1,7 milhão e está totalmente destruído. E no Parque da Cidade, que custou R$ 22 milhões, memorial foi interditado.
Oscar Niemeyer, foi um dos maiores ícones da arquitetura moderna, tem obras
espalhadas por várias partes do mundo. Em Natal, inclusive. Na capital
potiguar, contudo, os monumentos criados pelo arquiteto estão
abandonados, segundo mostra reportagem da Inter TV Cabugi,
exibida na manhã desta quarta-feira (5) no Bom Dia RN. Enquanto
Niemeyer tem sua morte confirmada, o Presépio de Candelária e o
Parque da Cidade seguem morrendo vítimas do descaso do poder público.
O Presépio de Candelária, a mais antiga obra de Niemeyer na cidade, foi
inaugurado em 2006 e custou R$ 1,7 milhão aos cofres públicos. Deveria
ter lojas, lanchonetes, promover eventos e servir como ponto de cultura e
lazer para a população. No entanto, o local está completamente
destruído. Hoje, além de lixo e pichações, o espaço serve como abrigo
para moradores de rua.
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A secretária Kátia Pinto, titular da Secretaria Estadual de
Infraestrutura, respondeu que a licitação para obras no Presépio devem
ser lançadas no ano que vem, mas tudo vai depender do orçamento
estadual, que vai indicar quanto será destinado para o reparo. Ela
disse, ainda, que a administração do espaço caberá à Secretaria Estadual
de Assistência Social. Já a referida Secretaria, informou que existem
projetos para a ocupação do Presépio. Porém, para serem executados, eles
dependem das obras de reforma.
Ênio Tinoco, que é engenheiro, faz um alerta. Para restaurar o Presépio
de Natal, ele diz que será necessário desembolsar um investimento ainda
maior. “O que se gasta para recuperar um obra desta é muito maior do
que se gastaria com ações preventivas e manutenção. Há estudos que
mostram que este custo pode ser de até cinco vezes mais do que se
gastaria com manutenção preventiva”, afirmou.
Parque da Cidade
A segunda obra de Oscar Niemeyer em Natal pode ser vista de longe e de
várias partes das zona Sul e Oeste da cidade. É o Parque Dom Nivaldo
Monte, o Parque da Cidade, com sua torre de 45 metros de altura, o
equivalente a um prédio de 15 andares. Na torre, um elevador deveria
levar os visitantes a um memorial, para a exibição de fotos e vídeos que
contam a história da cidade. Mas, a torre foi interditada mesmo antes
de abrir. O parque custou quase R$ 22 milhões, foi inaugurado em 2008 e
funcionou apenas por poucos meses. No prédio administrativo, com
auditório e estrutura para receber visitantes, apenas a guarda municipal
se faz presente. O cenário é de esquecimento, de descaso.
A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
Urbanismo disse que a recuperação do Parque da Cidade deve ficar para a
próxima gestão, já que não há tempo hábil para a realização de obras de
reparo este ano.
“É um investimento público que está aí, abandonado. É uma tristeza.
Estou triste, mas esperançoso. Ainda tenho algum tempo de Prefeitura e
espero, com a nova administração, concluir esta obra”, disse o arquiteto
Helcio Trigueiro, que participou de todo o processo de criação e
construção do local.
“A cidade perde muito. Oscar Niemeyer é uma referência muito forte para
qualquer cidade, para o patrimônio, a cultura. E a gente acaba tendo
patrimônios como estes esquecidos”, lamentou o engenheiro Ênio Tinoco.
Parque da Cidade custou R$ 22 milhões, mas a Torre do Memorial nunca funcionou
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