Alguns brasileiros acreditam que o mundo vai mesmo acabar esta semana. Mais precisamente na sexta-feira, dia 21 de dezembro de 2012.
Teria chegado a hora do grande caos? Vendavais, terremotos, a natureza em fúria? A interpretação do calendário maia de que catástrofes naturais vão acontecer sexta-feira, dia 21 de dezembro, levou o prefeito de São Francisco de Paula (RS), a alertar pessoalmente a população da cidade para o risco do fim do mundo.
“Li centenas de livros, tenho uma série de informações e muito estudo em cima disso. Não vou esconder do meu povo essa informação”, diz o prefeito Décio Colla.
Em Canela, na Serra Gaúcha, uma comunidade mística vai ficar em vigília estudando o calendário maia e esperando pelo dia 21. “Essa coisa do mundo acabar é o medo agindo. O mundo de cada um pode acabar a qualquer momento”, reflete o músico Marcelo Maia.
Alto Paraíso, cidade goiana de sete mil habitantes, a 230 quilômetros de Brasília, pode triplicar sua população na semana que vem. Os visitantes acreditam que a região está protegida por causa da altitude e do subsolo rico em cristais. Será mesmo? O locutor Fábio Costa põe fogo no debate. “Eu acredito que quem está acabando com o mundo somos nós mesmos, com a poluição, com o aquecimento global”, opina ele.
A comerciante Maria Darcy estuda o calendário maia há mais de 10 anos. Para ela, o que vai acontecer no dia 21 é apenas o início de uma nova era. “Os maias nunca falaram em fim de mundo, então muita gente está confundindo. Morre o velho e renasce o novo. Não é o planeta que vai morrer, ele ainda tem muito tempo”.
Ela leva a equipe do Fantástico a um descampado onde um labirinto de pedra foi construído. Místicos e esotéricos de todas as tendências se reúnem precisamente às 11h de quinta-feira, dia 12/12/2012, cuja repetição numérica abriria um portal de harmonia. Para os místicos, o dia 21 de dezembro é a data em que esse portal se abre totalmente.
“As pessoas estão pegando o lado negativo, mas tem o lado positivo, que é a renovação do mundo”, “filósofo Luís Augusto Salvi.
Mesmo morando em Alto Paraíso, o agrônomo aposentado Edison Pereira Lemos está preparado para o pior. “Nós teremos ocorrência de ventos muito fortes. A primeira providência, que eu já estou tomando, é acumular água. Outra coisa que eu estou me precavendo é com a questão de iluminação. Então eu tenho um lampião a gás para ter pelo menos iluminação nos tais três dias de escuridão que estão previstos”.
Perto da cidade, o fazendeiro Augusto Vinholis mandou construiu um bunker de adobe. São 14 cômodos para 30 pessoas. “A parede tem que ter no mínimo 50 centímetros”, explica um pedreiro.
Por que alguém mandaria fazer uma casa desta maneira? “Porque é a forma que eu achei melhor para proteger minha família das possibilidades de catástrofes que hão de vir”, responde o fazendeiro.
O doutor Augusto Vinholis se define como cientista biomédico. Ele está convencido de que algo muito grave pode acontecer na sexta-feira (21). “A Terra vai passar por umas labaredas que o sol já está emitindo”, acredita ele.
Vai ter até balão de oxigênio para o caso de a Terra liberar gases tóxicos. “Vou entrar no dia 20 com a minha família. Meus filhos estão todos chegando. Tenho cinco filhos, duas netas”, acrescenta.
A Nasa, a Agência Espacial Americana, garante que não há motivo para pânico, porque não existe nenhuma evidência científica de que possa acontecer algo de extraordinário no dia 21. Ainda que muitos tenham dúvida sobre possíveis prejuízos para o planeta, em Alto Paraíso há pelo menos uma certeza: o fim do mundo já está dando lucro. A cidade tem o palmo de chão mais caro de Goiás.
“De um ano para cá, nós tivemos aí uma alteração nos preços, chegando a até 100% de aumento”, revela o corretor Nilton Gonçalves.
Preços no espaço. Mas tente arranjar acomodação. Os 36 apartamentos de um hotel já estão reservados. Todos os funcionários vão dobrar.
Pelo sim, pelo não, o cozinheiro Waldomiro da Silva Filho estará de plantão na cozinha de seu restaurante: “Se caso acontecer, estou aqui fazendo almoço e servindo a todos os que correram da morte”.
Os supermercados reforçaram o estoque, mas a freguesia nativa não está gostando nada disso. “O pessoal de fora que está querendo vir para cá inventando essas histórias, porque nós, moradores daqui, não estamos nem aí para isso”, reclama a aposentada Sidney Reais.
Dos mais céticos aos mais assustados, não há quem não tenha curiosidade sobre o que está por vir.
Fantástico: Vamos considerar a hipótese de que não aconteça nada no dia 21 e nem nos dias seguintes. O senhor não tem medo de ficar com a cara no chão e depois as pessoas falarem do senhor?
Augusto Vinholis: “Não, absolutamente. Se acontecer ou não acontecer, para mim não faz diferença. Agora, eu vou estar protegido”.
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