Até a noite desta sexta-feira, o sargento da Aeronáutica Edvaldo Silva Rodrigues Júnior confessou ter abusado sexualmente de dez mulheres em apenas dois meses. Entre as vítimas, duas adolescentes. Outras cinco mulheres conseguiram fugir.
Os ataques se intensificaram nesta semana. Nas últimas 72 horas, o sargento atacou uma vítima a cada dia. Na terça, atacou uma mulher em Todos os Santos. Na quarta, voltou a agir em Ramos.
O último estupro ocorreu na manhã desta quinta-feira, no Engenho de Dentro. E foi um dos mais ousados. Edvaldo atacou a vítima dentro de um condomínio e a levou à escada do prédio. “Você não vai fazer nada que já não tenha feito antes”, teria dito, segundo depoimento da vítima.
Em casa, o sargento, de 34 anos, era o marido exemplar. Mas, quando circulava de moto pelas ruas da Zona Norte à procura de mulheres atraentes, se tornava agressivo. Ameaçava as vítimas de morte e as estuprava em plena luz do dia. Nestes dois últimos meses, abusou de dez mulheres e outras cinco conseguiram fugir.
Edvaldo era metódico. Saía de casa às 7h, em Honório Gurgel, com a sua moto preta com adesivos de caveira, escorpião e Coringa. Levava a mulher na garupa. Ela descia no Méier, onde trabalha. Depois, Edvaldo começava a estudar suas vítimas.
Antes de atacar, seguia mulheres atraentes. Assim, sabia onde elas moravam e para onde iam. Mas nem todas as vítimas eram adultas. Ele também abusou sexualmente de duas adolescentes. Com 13 anos, X. foi atacada em Todos os Santos, na manhã de 22 de outubro, quando estava a caminho da escola.
‘Ele perguntou minha idade’
— Eu estava com o uniforme do colégio. Ele perguntou o meu nome, a minha idade e me atacou — disse X.
Edvaldo deixava a placa da moto dobrada, para não ser identificado. Mas não adiantou. Com a ajuda de um retrato falado e de câmeras que gravaram seus constantes deslocamentos, o sargento acabou identificado numa investigação feita pela 25ª DP (Engenho Novo).
Ele foi preso, na manhã desta sexta-feira, na base aérea do Galeão, na Ilha do Governador, onde trabalhava. Na delegacia, confessou os crimes. Com um tom de voz baixo, disse estar arrependido e se desculpou com a família das vítimas.
— Tenho algum transtorno. Eu só não sabia como fazer para me tratar — disse, ao admitir que precisava de tratamento psicológico.
No domingo, ele completa um ano de casamento com uma assistente administrativa de 32 anos. Ela ficou chocada ao saber do crime.
— Meu Deus do céu... Ele me deixava no trabalho para fazer isso? Estou envergonhada... Sou casada com um homem doente — desabafou, ao ir à delegacia para falar com Edvaldo.
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