28 de junho de 2012

PF revela fraudes na contratação de eventos em R$ 65 mi na PB


Operação Pão e Circo foi ação conjunta da Polícia Federal e Ministério Público Estadual da Paraíba; três prefeitos foram presos.


A Polícia Federal e o Ministério Público do Estado da Paraíba, com apoio da Controladoria-Geral da União, deflagraram nesta quarta-feira (28) a Operação Pão e Circo, com objetivo de desarticular quadrilha que desviava recursos públicos em treze cidades paraibanas em valor superior a R$ 65 milhões.
Em Solanea PB foi Preso O Prefeito Dr. Chiquinho e a 1ª Dama

A operação consiste no cumprimento de 93 mandados judiciais: 65 de busca e apreensão, 28 de prisão temporária, 05 de condução coercitiva, além de ordens de seqüestro de bens móveis e imóveis, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região e pelo Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba.

As investigações envolvem o desvio de recursos públicos federais, estaduais e municipais destinados a custear a realização de eventos festivos em diversos municípios do Estado da Paraíba. Ao todo, detectou-se o desvio de aproximadamente R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais) em recursos federais, e de aproximadamente R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais) em recursos estaduais e municipais.

Os investigados fraudavam licitações e processos de inexigibilidade de licitação através da utilização de empresas fantasmas e documentos ideologicamente falsos, contando com a efetiva participação de servidores públicos e, em alguns casos, dos próprios prefeitos municipais, para operacionalizar o esquema.

As fraudes envolviam contratações para eventos festivos, shows pirotécnicos e montagem de estruturas para eventos. As irregularidades concentravam-se, sobretudo, em festividades como emancipações políticas, São João, São Pedro, Carnaval e Reveillon.

Dentre os presos há 10 servidores públicos, sendo três prefeitos e três secretários municipais. Dos 65 mandados de busca e apreensão, 13 foram cumpridos na sede de prefeituras: Cabedelo, Sapé, Solania, Jacarau, Itapororoca, Boa Ventura, Alhandra, Mamanguape, Mulungu, Santa Rita, Conde, Cuité de Mamanguape e Capim.

Devido à magnitude do esquema de fraudes, que envolvia desvios de recursos de diversas origens, foram realizadas duas investigações paralelas e simultâneas: uma pelo Ministério Público Estadual da Paraíba, para apurar o desvio de recursos públicos municipais e estaduais e outra, da Polícia Federal, para apurar o desvio de recursos públicos federais destinados aos municípios contemplados com as verbas repassadas.

Os investigados devem responder, na medida de suas participações, por fraude a licitações, corrupção ativa e passiva, peculato, advocacia administrativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.




Mandados cumpridos

Segundo o delegado de repressão aos crimes financeiros da PF, Fabiano Martins, os 28 mandados de prisão, os 65 mandados de busca e apreensão e os sete mandados de condução coercitiva expedidos pelo Tribunal de Justiça da Paraíba e pelo Tribunal Regional Federal da 5a Região foram cumpridos em 18 municípios paraibanos e no Estado de Alagoas.

Também foram apreendidos imóveis, armas sem registro, uma lancha, carros nacionais e importados, R$ 56 mil em espécie, HDs e documentos. Os bens sequestrados serão encaminhados à Justiça. Cerca de 300 policiais federais, 30 policiais militares, 20 auditores da CGU e 12 promotores de Justiça participaram da operação.

Além dos três prefeitos, a primeira-dama de Solânea e mais dez servidores públicos (sendo três secretários municipais) também foram presos, durante a operação. Outras duas primeiras-damas foram conduzidas coercitivamente para prestar esclarecimentos e liberadas em seguida. Os mandados de prisão também tiveram como alvo empresários que atuam no ramo de eventos festivos e outros servidores públicos. Um dos mandados foi cumprido em Alagoas, contra o empresário Carlos Abílio Ferreira da Silva.

As 35 pessoas (alvo dos mandados de prisão e condução coercitiva) serão ouvidas nesta quinta e sexta-feiras pelos promotores de Justiça no Núcleo Criminal do MPPB, localizado no centro de João Pessoa.

Eles são acusados de falsificar documentos públicos e privados, falsidade ideológica, crimes contra a ordem tributária (sonegação), corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, desvio de verba pública, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A pena para esses crimes pode chegar a 48 anos de prisão.

O material será analisado pela PF, Gaeco e CGU e poderá revelar o envolvimento de mais empresas, prefeitos e servidores públicos no esquema criminoso.

Confira a lista das pessoas que foram alvo de mandados de prisão
  1. Ozimar Berto de Araújo
  2. Maria do Carmo Régis de Araújo
  3. Daniel Gomes da Silva
  4. Felipe Silvestre Pordeus
  5. Márcio de Melo
  6. Djalma da Silva Toscano
  7. Andressa Ingrid Amâncio de Lima
  8. Severino Justino da Silva (“Menudo”)
  9. Marcos Antônio Bezerra da Silva
  10. Geraldo Félix da Silva
  11. Carlos Abílio Ferreira da Silva
  12. Gilmar Sales Cordeiro
  13. Renato Mendes Leite
  14. Vinícius Lemos de Sousa Melo (Filho do prefeito de Solânea-PB)
  15. Rosiberto Carlos da Silva Santos
  16. José Walter da Costa
  17. Lúcia de Fátima Lemos de Sousa Melo (1ª Dama do município de Solânea-PB)
  18. Francisco de Assis de Melo (Dr. Chiquinho, prefeito de Solânea-PB)
  19. Jacy da Silva Mendonça
  20. João Clemente Neto
  21. Edivaldo Rodrigues de Lima (“Peninha”)
  22. José Antônio Azevedo Melo
  23. Antônio Edson da Silva (“Edinho”)
  24. Marcos Elpídio Pereira Portela
  25. Ednaldo de Sousa Lima
  26. Manoel Ferreira Sobrinho
  27. Marinézio Ferreira da Silva
  28. Cláudia Izabel da Silva Maia

Mandados de condução coercitivos
  1. Josvaldo Araújo Trajano da Silva
  2. Fabiana Marinho Lins
  3. Daygela Gomes da Silva
  4. Romacele Karpowicz Menezes
  5. Thiago Henrique Assis de Moura
  6. Helena Rafaela Pereira de França
  7. Nathália Régis de Araújo

    Com Ministério Público 

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