19 de junho de 2013

Preso em Passa e Fica é Ex-Presidiario e deu detalhes de como matou o arquiteto

Assassinato de arquiteto desaparecido em João Câmara está elucidado, diz a Polícia Civil do RN

 Por: Alessandra Bernardo

O arquiteto Petronyo Costa foi visto pela última vez com vida no dia 4 e o corpo dele foi achado três dias depois, dentro de uma lagoa na cidade de Poço Branco. Foto: Reprodução
O arquiteto Petronyo Costa foi visto pela última
 vez com vida no dia 4 e o
 corpo dele foi achado três dias depois,
 dentro de uma
 lagoa na cidade de Poço Branco.
 Foto: Reprodução
A Polícia Civil conseguiu elucidar o assassinato do arquiteto Petronyo Ulisses da Costa, encontrado morto há 12 dias, dentro de um riacho na área rural de João Câmara. A vítima, de 27 anos, tinha sido vista pela última vez em um posto de combustível da cidade, onde teria abastecido seu veículo, um Renault Sandero prata. Três pessoas, incluindo o assassino confesso, estão cumprindo prisão temporária em Natal.
O delegado responsável pelo caso, Ben-Hur Medeiros, disse hoje, em entrevista coletiva na sede da Delegacia Geral de Polícia Civil (Degepol), que o ex-presidiário Willame Albano da Silva confessou ter assassinado a vítima por asfixia, após os dois terem passado a noite juntos em um motel de João Câmara, na madrugada do dia 5. Depois, ele teria jogado o corpo no riacho, dentro de uma fazenda, e abandonado o carro da vítima no bairro de Mãe Luíza, em Natal.
“Bileco”, como o acusado é conhecido, já cumpriu pena por tráfico de drogas e é acusado de homicídio no município de Extremoz. Ele foi preso na última segunda-feira, em Passa-e-Fica, onde estava escondido. Segundo o delegado Ben-Hur, ele confessou ainda que é traficante de drogas, viciado em cocaína e que cometeu o crime durante um acesso de loucura, após ter ingerido bebida alcoólica e o entorpecente no local do crime.
“O ‘Bileco’ confessou o crime, mas ainda vamos ouvi-lo outras vezes, para termos certeza de tudo o que ele nos disse. Por exemplo, ele falou que agiu sozinho, mas desconfiamos, já que as imagens captadas pelas câmeras do posto de combustível onde eles passaram três vezes mostra a presença de outras duas pessoas, em, pelo menos, duas ocasiões”, explicou o delegado.
Em seu depoimento, “Bileco” afirmou que na noite do dia 4 de junho, estava bebendo com Elizonaldo Clemente de Oliveira, o “Pequeno”; Izaías Souza dos Santos e um adolescente em uma cigarreira, quando o arquiteto chegou e pediu para sentar com eles, por volta das 22h. Depois de algum tempo, o convidou para sair. Porém, Izaías teria se negado a ir e “Bileco” resolveu deixar o adolescente em casa, antes.
Quando o “Bileco” retornou, em sua motocicleta Twister vermelha, os três saíram em seus respectivos veículos e se encontraram no posto de combustível, onde “Pequeno” deixou seu Fiat Uno branco e embarcou no Sandero de Petronyo. Os três foram a um motel, no entanto, “Bileco” teria se negado a ficar com os dois homens e por isso, eles deixaram “Pequeno” no posto onde ele tinha deixado seu veículo.
“De lá, o acusado disse que ele e a vítima foram para outro motel, onde beberam e mantiveram relações sexuais. Lá, ‘Bileco’ teria consumido cocaína e acabou enforcando o arquiteto, em uma suposta crise de loucura. Ele disse que depois pagou a conta, colocou o corpo de Petronyo deitado no banco traseiro do Sandero e voltou ao posto de combustível para abastecer o carro. Um dos frentistas disse que viu uma pessoa deitada, mas não podia imaginar que fosse Petronyo, já morto”, explicou Ben-Hur.
Depois de jogar o corpo da vítima no riacho, “Bileco” disse que decidiu abandonar o Sandero em Mãe Luíza, onde teria jogado as chaves do veículo e os documentos do arquiteto em um matagal, numa parte alta do bairro. “Ele disse que pegou um ônibus até a zona Norte e de lá, um táxi até João Câmara, onde recuperou sua motocicleta, que ele havia deixado em uma borracharia”, disse o delegado.

Outros acusados negam participação no crime

Em entrevista coletiva à imprensa, delegado Ben-Hur (centro) revelou que Willame Albano da Silva (detalhe) confessou crime. Foto: Caninde Santos
Em entrevista coletiva à imprensa, delegado Ben-Hur (centro)
 revelou que Willame Albano da Silva (detalhe) 
confessou crime. Foto: Caninde Santos
Os outros dois presos, acusados de estarem presentes em várias etapas que antecederam o crime, Elizonaldo Clemente de Oliveira, o “Pequeno” e Izaías Souza dos Santos se apresentaram à Delegacia Especializada em Capturas (Decap) na semana passada. Um adolescente, que também teria tido contato com a vítima antes do desaparecimento, foi apreendido. Os três negam qualquer tipo de envolvimento no caso.
Segundo o delegado Ben-Hur Medeiros, os acusados já tinham sido identificados pelo titular da Delegacia Regional em João Câmara, delegado Antônio Taveira, desde o dia seguinte ao desaparecimento de Petronyo Ulisses da Costa. Eles tinham sido identificados graças às imagens do sistema de segurança eletrônica do posto de combustível em que foram por duas vezes.
“No entanto, apesar do empenho do delegado, ele foi prejudicado pela justiça, que negou os pedidos de prisão preventiva dos acusados identificados, sob a alegação de falta de provas, já que o corpo da vítima ainda não tinha sido encontrado. Isso atrapalhou bastante o andamento das investigações e a prisão dos suspeitos”, afirmou Ben-Hur.
Ele disse ainda que o homem e o adolescente detidos em Mãe Luíza, por suspeita de estarem com o carro da vítima, não possuem, até agora, nenhuma participação no crime. “Um dos acusados foi preso em flagrante porque estava portando uma arma de fogo com a numeração raspada e o adolescente, porque estava perto. Mas não acreditamos que eles estejam ligados a esse caso. Agora, vamos trabalhar nos depoimentos do ‘Bileco’”, afirmou o delegado.

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