Assassinato de arquiteto desaparecido em João Câmara está elucidado, diz a Polícia Civil do RN
Por: Alessandra Bernardo
O
arquiteto Petronyo Costa foi visto pela última vez com vida no dia 4 e o corpo dele foi achado três dias depois, dentro de uma lagoa na cidade de Poço Branco. Foto: Reprodução |
A Polícia Civil conseguiu elucidar o assassinato do arquiteto
Petronyo Ulisses da Costa, encontrado morto há 12 dias, dentro de um
riacho na área rural de João Câmara. A vítima, de 27 anos, tinha sido
vista pela última vez em um posto de combustível da cidade, onde teria
abastecido seu veículo, um Renault Sandero prata. Três pessoas,
incluindo o assassino confesso, estão cumprindo prisão temporária em
Natal.
O delegado responsável pelo caso, Ben-Hur Medeiros, disse hoje, em
entrevista coletiva na sede da Delegacia Geral de Polícia Civil
(Degepol), que o ex-presidiário Willame Albano da Silva confessou ter
assassinado a vítima por asfixia, após os dois terem passado a noite
juntos em um motel de João Câmara, na madrugada do dia 5. Depois, ele
teria jogado o corpo no riacho, dentro de uma fazenda, e abandonado o
carro da vítima no bairro de Mãe Luíza, em Natal.
“Bileco”, como o acusado é conhecido, já cumpriu pena por tráfico de
drogas e é acusado de homicídio no município de Extremoz. Ele foi preso
na última segunda-feira, em Passa-e-Fica, onde estava escondido. Segundo
o delegado Ben-Hur, ele confessou ainda que é traficante de drogas,
viciado em cocaína e que cometeu o crime durante um acesso de loucura,
após ter ingerido bebida alcoólica e o entorpecente no local do crime.
“O ‘Bileco’ confessou o crime, mas ainda vamos ouvi-lo outras vezes,
para termos certeza de tudo o que ele nos disse. Por exemplo, ele falou
que agiu sozinho, mas desconfiamos, já que as imagens captadas pelas
câmeras do posto de combustível onde eles passaram três vezes mostra a
presença de outras duas pessoas, em, pelo menos, duas ocasiões”,
explicou o delegado.
Em seu depoimento, “Bileco” afirmou que na noite do dia 4 de junho,
estava bebendo com Elizonaldo Clemente de Oliveira, o “Pequeno”; Izaías
Souza dos Santos e um adolescente em uma cigarreira, quando o arquiteto
chegou e pediu para sentar com eles, por volta das 22h. Depois de algum
tempo, o convidou para sair. Porém, Izaías teria se negado a ir e
“Bileco” resolveu deixar o adolescente em casa, antes.
Quando o “Bileco” retornou, em sua motocicleta Twister vermelha, os
três saíram em seus respectivos veículos e se encontraram no posto de
combustível, onde “Pequeno” deixou seu Fiat Uno branco e embarcou no
Sandero de Petronyo. Os três foram a um motel, no entanto, “Bileco”
teria se negado a ficar com os dois homens e por isso, eles deixaram
“Pequeno” no posto onde ele tinha deixado seu veículo.
“De lá, o acusado disse que ele e a vítima foram para outro motel,
onde beberam e mantiveram relações sexuais. Lá, ‘Bileco’ teria consumido
cocaína e acabou enforcando o arquiteto, em uma suposta crise de
loucura. Ele disse que depois pagou a conta, colocou o corpo de Petronyo
deitado no banco traseiro do Sandero e voltou ao posto de combustível
para abastecer o carro. Um dos frentistas disse que viu uma pessoa
deitada, mas não podia imaginar que fosse Petronyo, já morto”, explicou
Ben-Hur.
Depois de jogar o corpo da vítima no riacho, “Bileco” disse que
decidiu abandonar o Sandero em Mãe Luíza, onde teria jogado as chaves do
veículo e os documentos do arquiteto em um matagal, numa parte alta do
bairro. “Ele disse que pegou um ônibus até a zona Norte e de lá, um táxi
até João Câmara, onde recuperou sua motocicleta, que ele havia deixado
em uma borracharia”, disse o delegado.
Outros acusados negam participação no crime
Em
entrevista coletiva à imprensa, delegado Ben-Hur (centro) revelou que Willame Albano da Silva (detalhe) confessou crime. Foto: Caninde Santos |
Os outros dois presos, acusados de estarem presentes em várias etapas
que antecederam o crime, Elizonaldo Clemente de Oliveira, o “Pequeno” e
Izaías Souza dos Santos se apresentaram à Delegacia Especializada em
Capturas (Decap) na semana passada. Um adolescente, que também teria
tido contato com a vítima antes do desaparecimento, foi apreendido. Os
três negam qualquer tipo de envolvimento no caso.
Segundo o delegado Ben-Hur Medeiros, os acusados já tinham sido
identificados pelo titular da Delegacia Regional em João Câmara,
delegado Antônio Taveira, desde o dia seguinte ao desaparecimento de
Petronyo Ulisses da Costa. Eles tinham sido identificados graças às
imagens do sistema de segurança eletrônica do posto de combustível em
que foram por duas vezes.
“No entanto, apesar do empenho do delegado, ele foi prejudicado pela
justiça, que negou os pedidos de prisão preventiva dos acusados
identificados, sob a alegação de falta de provas, já que o corpo da
vítima ainda não tinha sido encontrado. Isso atrapalhou bastante o
andamento das investigações e a prisão dos suspeitos”, afirmou Ben-Hur.
Ele disse ainda que o homem e o adolescente detidos em Mãe Luíza, por
suspeita de estarem com o carro da vítima, não possuem, até agora,
nenhuma participação no crime. “Um dos acusados foi preso em flagrante
porque estava portando uma arma de fogo com a numeração raspada e o
adolescente, porque estava perto. Mas não acreditamos que eles estejam
ligados a esse caso. Agora, vamos trabalhar nos depoimentos do
‘Bileco’”, afirmou o delegado.
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