10 de junho de 2013

Quarto envolvido na morte do advogado criminalista Antônio Carlos é preso em MG

Advogado Antônio Carlos de Souza foi assassinado dentro de um bar em Natal. Foto: Divulgação
Advogado Antônio Carlos de Souza foi assassinado dentro de um bar em Natal. Foto: Divulgação
O quarto acusado de participação no assassinato do advogado criminalista Antônio Carlos de Souza Oliveira, no dia 9 de maio passado, foi preso ontem à tarde, em uma cidade no interior de Minas Gerais. Marcos Antônio de Melo Pontes, conhecido pelo apelido de “Irmão Marcos”, é o pedreiro que teria acompanhado o mandante e o executor do crime no dia do homicídio, ocorrido dentro do banheiro de um bar na zona Oeste de Natal. Três pessoas já foram detidas e apresentadas à imprensa na semana passada.
Segundo o delegado da Especializada de Homicídios (Dehom), Roberto Andrade, o “Irmão Marcos” deve ser trazido para o Rio Grande do Norte ainda esta semana, onde será interrogado pela equipe responsável pelas investigações. Enquanto isso, ele permanecerá detido na delegacia municipal de Ipanema, para onde ele fugiu logo após o crime.
“Chegamos até ele a partir de uma denúncia anônima. Como já tínhamos um mandado de prisão expedido em seu nome, entramos em contato com a Polícia Civil em Minas Gerais e realizamos um trabalho conjunto de inteligência. Depois de localizarmos os locais onde ele estava morando e trabalhando, fizemos o monitoramento e ele foi detido ontem à tarde. Ele não reagiu ou tentou fugir durante a abordagem policial e deve ser trazido para Natal, para prestar depoimento sobre as acusações que pesam sobre ele”, explicou o delegado.
Andrade disse que, apesar da prisão do “Irmão Marcos”, as investigações sobre a execução do advogado ainda não estão concluídas, já que, para a Polícia, ainda há, pelo menos, outras três pessoas envolvidas no caso e que precisam ser detidas. Ele afirmou que a Dehom continuará investigando o caso e que ainda há outros mandados de prisão para serem cumpridos.
“A creditamos que ainda há mais três suspeitos de terem participado, de alguma forma, do assassinato do Antônio Carlos, por isso, vamos continuar os trabalhos de investigação sobre esse crime. Assim que o acusado detido chegar ao Estado, ele será ouvido em depoimento, para sabermos qual a sua versão, já que sabemos que ele estava dentro do Doblô no dia do crime, revezando o volante com mandante”, afirmou.

O delegado Andrade explicou ainda que “Irmão Marcos” fugiu para o interior de Minas Gerais e já estava trabalhando em uma empresa de fiação elétrica, usando o próprio nome. Durante o depoimento, Expedito José dos Santos, disse que teria emprestado seu veículo Doblê prata, placas NNW-6343/RN, para o pedreiro no dia da execução e que não tinha qualquer tipo de envolvimento no caso.
O veículo foi localizado três dias depois do crime, incendiado e parcialmente destruído, abandonado na Serra dos Bastiões, no município de Jaguaribe, no Ceará. Seus proprietários, Expedito e sua esposa Francine Andrade da Silva foram presos no dia 28 de maio, escondidos no município de Tabuleiro do Norte, distante 132 quilômetros de onde queimaram e largaram o carro usado no assassinato de Antônio Carlos.
Crime foi por vingança
Na última quarta-feira, os policiais da Dehom conseguiram prender o homem acusado de ser o executor de Antônio Carlos, em um lava-jato no Barro Vermelho, em Natal. Conhecido pelo apelido de “Lukinha”, Lucas Daniel André da Silva disse que foi contratado por Expedito para matar “um vagabundo que tinha derrubado um muro de um terreno dele e dado um prejuízo de mais de R$ 40 mil” e que aceitou a “encomenda” sem saber que a vítima era um advogado. “Eu fui enganado. Se eu soubesse que era um advogado, um homem de bem, eu não teria feito isso”, afirmou, na ocasião.
“Lukinha” revelou ainda que, junto com Expedito, seguiu os passos do advogado por cerca de 20 dias, para conhecer a rotina da vítima e os locais que esta freqüentava, para que pudessem planejar o assassinato com cuidado e sem receios. E disse que não recebeu pagamento algum pelo crime, que matou Antônio Carlos “por amizade”. Ele ainda se disse arrependido, porque achava que era um bandido e não uma pessoa “de bem”.
Segundo o delegado Roberto Andrade, as investigações revelaram que o crime aconteceu após uma série de discussões e trocas de ameaças entre a vítima e o mandante, por causa de um lote de terreno adquirido no Loteamento Santa Luzia, no município de São Gonçalo do Amarante, Região Metropolitana de Natal, por ambos, de pessoas diferentes.
“Antônio Carlos tinha comprado uns terrenos neste loteamento em fevereiro passado e, ao chegar ao local para conhecê-los, acabou sabendo que uma dessas áreas tinha sido vendida a Expedito, por outra pessoa. Na ocasião, um pedreiro, identificado apenas como “Irmão Marcos”, estava construindo um muro em torno de alguns terrenos e o advogado acabou derrubando-o um dia depois, o que causou a ira de Expedito”, explicou Andrade.

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