1 de junho de 2013

Polícia procura corpo de adolescente que teria sido morta em ritual macabro

Agentes e peritos do Itep passaram a manhã em busca do cadáver. Foto: Caninde Santos
Agentes e peritos do Itep passaram a manhã em busca do cadáver. Foto: Caninde Santos
Policiais civis da Delegacia Especializada em Capturas (Decap) e peritos do Instituto Técnico Científico de Polícia do Rio Grande do Norte (Itep/RN) passaram a manhã de hoje procurando o cadáver de uma adolescente de 13 anos, que teria sido morta em um ritual macabro. A vítima teria sido executada pelos mesmos assassinos da comerciante Edilma Dantas de Souza, cujo corpo foi encontrado enterrado na casa de João Maria Guedes da Silva, o “João Macumbeiro”, em Nordelândia, na zona Norte de Natal.
Segundo o delegado da Decap, Ben-hur Medeiros, quando foi preso, há cerca de duas semanas, João confessou que ajudou Jarbas Gomes Menezes a ocultar o cadáver da adolescente, jogando-o na Lagoa de Extremoz. Entretanto, dias depois, o réu confesso voltou atrás e revelou que o corpo havia sido jogado em uma fossa séptica no quintal de uma casa alugada por Jarbas, no bairro de Lagoa Nova.
“Só que já esgotamos a fossa e não encontramos nada. Por isso, resolvemos cavar o quintal, para tentar localizar algum resto mortal desta vítima. O Jarbas nega tudo, mas o João foi categórico ao dizer que o corpo estava aqui no imóvel, então, como se trata de uma confissão, temos a obrigação de procurar o corpo”, disse Ben-hur.
O delegado afirmou ainda que, apesar da confissão de João Maria, não há registro algum de desaparecimento de criança ou adolescente na polícia e que, por isso, fica mais difícil ter certeza de que realmente houve homicídio. “Se tem alguma família nesta situação, com uma adolescente desaparecida, que nos procure, para que possamos trabalhar com mais subsídios”, alertou.
Durante as escavações, feitas pelos acusados João Maria e Jarbas Gomes, os dois não se falaram. Cada um cavou em um local diferente e, por volta das 11h, o primeiro deixou escapar que acreditava que Jarbas tenha retirado o cadáver de dentro da fossa e que tenha enterrado em algum lugar secreto. “Ele pode ter ficado com medo de ser descoberto e fez isso”, disse João.
Dona da casa relata cenário macabro
Acompanhando o trabalho da Polícia Civil e do Itep/RN, a proprietária do imóvel alugado por Jarbas Gomes por oito meses, Maria José do Nascimento, disse que teve um choque ao entrar na residência após a prisão do acusado. Ela revelou ainda que tinha medo de receber o dinheiro do aluguel pessoalmente, com o inquilino e que, por isso, não ia ao local.
“As pessoas comentavam coisas dele, e eu, com medo, não vinha cobrar o aluguel. Só entrei aqui no dia em que ele foi preso e fiquei assustada. Tinha muitas garrafas de cachaças, de mel, galinhas mortas, cabeça de bode e de boi, chifres e outras coisas que ele usava nos rituais. Era horrível”, desabafou Maria José.
Os moradores próximos à residência onde Jarbas morava, na Rua Capitão Carlos Del Prete, também tinham medo do vizinho e que, por causa disso, ninguém deixava as crianças brincando na rua. E que, mesmo com a prisão do acusado, eles ainda têm medo de uma possível represália, por parte da família deste, que teria ameaçado os moradores.
“Toda noite era uma barulheira enorme, de chocalhos, tambores, pessoas falando com voz alteradas e teve gente que viu ele várias vezes, usando uma capa preta e vermelha. Todo mundo sabia que ele fazia macumba, por isso, todos tinham medo dele. Mesmo com ele preso, temos muito pavor”, disse um morador, que não quis se identificar.
Além dos dois acusados, os policiais da Decap prenderam ainda Gildásio Cardoso Gomes. Os três são apontados como os assassinos de Edilma, que estava desaparecida desde o dia 1º de abril passado, quando saiu de casa dizendo que retornaria em breve.

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