8 de abril de 2015

LEI SECA: Styvenson é mantido no comando

Horas depois de criticar a falta de estrutura e explicar por que decidiu se afastar das operações da Lei Seca em Natal e nas principais cidades do Rio Grande do Norte, o tenente  Eann Styvenson Valentim voltou atrás, após reunião com o governador Robinson Faria no final da tarde de ontem. No perfil que mantém na rede social Instagram, o governador confirmou a permanência do militar à frente das blitzen, cujo objetivo é retirar de circulação motoristas que dirigem alcoolizados.
Emanuel Amaral
Styvenson: críticas no facebook sobre falta de condições para realizar blitz da Lei Seca no RNStyvenson: críticas no facebook sobre falta de condições para realizar blitz da Lei Seca no RN

“O trabalho de um gestor é planejar, executar, avaliar e reconhecer erros e acertos. Por isso estou aqui para anunciar que o tenente Styvenson confirmou a permanência no comando da Operação Lei Seca, um instrumento fundamental em defesa da vida. A operação tem o reconhecimento do Governo e da população do Rio Grande do Norte. Estamos trabalhando para oferecer melhores condições à equipe e evitar a combinação fatal de álcool e direção. Bom trabalho, tenente!”, afirmou Robinson Faria.  

No início da tarde de ontem, o tenente Eann Styvenson publicou uma carta aberta intitulada “Minha Verdade”, em sua página no Facebook. Nesta carta, Styvenson afirmou que a falta de estrutura oferecida para manter as operações teria motivado sua saída das fiscalização de trânsito. O tenente anunciou que voltaria a trabalhar no policiamento ostensivo, lotado no 9º Batalhão de Polícia Militar, em Cidade da Esperança, onde estava antes de coordenar as ações da Lei Seca. “Diante da possibilidade de não realizar o mínimo que foi feito em 2014 ou realizar de qualquer forma ou mal feito, escolhi não mais proceder na Lei Seca”, explicou. Além dos problemas estruturais, o policial citou ainda a falta de motivação para a realização dos trabalhos. “Atualmente, não há possibilidades nem de manter o que foi feito no ano de 2014 devido a escassez de recursos e motivação”, relatou.

Em janeiro deste ano, Styvenson afirmou à TRIBUNA DO NORTE que a equipe da Lei Seca estava desfalcada após uma diminuição do efetivo. “Eles me pediram para sair. No ano passado trabalharam sem folga, sem diária operacional, não tem muita vantagem fazer o que a gente faz hoje. Não há reconhecimento”, disse.

À frente da coordenação da Lei Seca no RN desde o início de 2013, Styvenson passou a ser conhecido — e até temido — por aplicar com rigor as penalidades previstas na legislação de trânsito para os motoristas flagrados dirigindo sob efeito de álcool. Fosse quem fosse! Em janeiro de 2014 a equipe do tenente chegou a deter três policiais que faziam a segurança de Dilma Roussef em Natal, na ocasião em que a presidente esteve na capital potiguar para a inauguração da Arena das Dunas. 

No fim do ano passado, Styvenson chegou a ser ameaçado através de um vídeo que circulou pelas redes sociais. Na época ele afirmou “estar acostumado” a receber ameaças por telefonemas e mensagens. 

Um balanço realizado no fim do ano passado pelo Detran-RN e Polícia Rodoviária Federal mostrou que o número de autuações da Lei Seca cresceu 494% em Natal. Porém, nos três primeiros meses de 2015, a quantidade de motoristas abordados foi cinco vezes inferior ao mesmo período de 2014.

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