6 de fevereiro de 2018

Justiça converte prisão preventiva em domiciliar para ex-ministro Henrique Alves

Ex-parlamentar segue preso por ter outro mandado de prisão contra ele

O ex-ministro Henrique Eduardo Alves teve sua prisão preventiva convertida em prisão domiciliar, nesta terça-feira (6). O político foi preso por meio da “Operação Manus”, que apura desvio de recursos na construção da Arena das Dunas, em Natal.

Porém, o ex-ministro permanecerá na Academia da Polícia Militar do RN, por ter contra ele outro mandado de prisão de outro processo que correm em Brasília/DF. Hoje, o ex- parlamentar completa oito meses preso.

A decisão do juiz Eduardo Guimarães Farias foi tomada em audiência durante esta manhã. O mesmo pedido foi feito pela defesa do ex-deputado Eduardo Cunha, mas foi negado. Agora, a defesa de Alves fará um pedido de habeas corpus à Justiça no outro caso ao qual ele responde. O pleito deverá ser julgado na próxima quinta-feira (8). Se ele for aceito, Henrique poderá ir para casa.

Ao negar o mesmo pedido em audiência passada, o magistrado tinha afirmado que poderia rever a decisão, caso todas as testemunhas de acusação negassem a participação do ex-presidente. Como até agora essas testemunhas não apontaram participação do ex-deputado no caso, a defesa insistiu no pedido.

Além de Henrique Eduardo Alves, são réus o ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, o ex-secretário de obras de Natal, Fred Queiroz, o publicitário Arturo Arruda Câmara e os delatores Léo Pinheiro e Fernando Ayres da Cunha, da OAS e da Odebrecht, respectivamente.

Fora os delatores, os demais réus negam participação em crimes. Segundo denúncia do Ministério Público Federal, os ex-deputados do PMDB cometeram crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa.

As acusações são de suposta troca de favores entre políticos e empresários de construtoras investigadas pela Operação Lava Jato. Com a influência que tinham, os parlamentares teriam facilitado a liberação de recursos de bancos públicos sem os devidos trâmites.

Teria sido assim que a OAS, construtora da Arena das Dunas, teria conseguido empréstimo junto ao BNDES mesmo sem apresentar documentos necessários. Após a obra, o Tribunal de Contas do Estado apontou sobre preço de R$ 77 milhões na construção.

De acordo com os investigadores, parte do valor se tornou propina e passou pela conta do então candidato à vice-presidência pelo PMDB, Michel Temer, chegando depois à conta da campanha de Henrique Alves. Foram pelo menos R$ 500 mil. Também houve caixa dois, de acordo com o MPF.

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