O bispo Dom José Ronaldo, acusado de liderar um esquema
de desvio de dízimo na Diocese de Formosa, no Entorno do Distrito
Federal, deixou a cadeia após concessão de habeas corpus pela Justiça.
Além dele, outros quatro clérigos e dois empresários foram soltos.
Sorridentes, eles foram recebidos com festa por parentes e amigos, que
entoavam cânticos religiosos na porta do presídio e deram uma salva de
palmas quando houve a soltura.
O alvará de soltura chegou à penitenciária por volta das 19h de terça-feira (17). Logo em seguida, eles foram liberados. Na saída, Dom José Ronaldo fez uma benção aos presentes, recebeu abraços de algumas pessoas e em seguida entrou em um carro de luxo e foi embora. Antes, ele foi abordado por diversos jornalistas, mas optou por não comentar as acusações.
O alvará de soltura chegou à penitenciária por volta das 19h de terça-feira (17). Logo em seguida, eles foram liberados. Na saída, Dom José Ronaldo fez uma benção aos presentes, recebeu abraços de algumas pessoas e em seguida entrou em um carro de luxo e foi embora. Antes, ele foi abordado por diversos jornalistas, mas optou por não comentar as acusações.
“No momento oportuno nós vamos falar”, se limitou a dizer.
Além do bispo, foram soltos o monsenhor Epitácio Cardozo Pereira, que era vigário-geral da Diocese de Formosa, os padres Moacyr Santana, Mário Vieira de Brito, Waldson José de Melo, e os empresários Antônio Rubens Ferreira e Pedro Henrique Costa Augusto, apontados como laranjas do esquema.
Além do bispo, foram soltos o monsenhor Epitácio Cardozo Pereira, que era vigário-geral da Diocese de Formosa, os padres Moacyr Santana, Mário Vieira de Brito, Waldson José de Melo, e os empresários Antônio Rubens Ferreira e Pedro Henrique Costa Augusto, apontados como laranjas do esquema.
Apenas o juiz eclesiástico Tiago Wenceslau, também acusado de
integrar o esquema, segue detido. O advogado dele, Thiago Pádua, disse
que o caso não foi analisado devido à falta de algumas informações
pertinentes ao processo. A apreciação deve ocorrer nesta quarta-feira
(18).
A liberação dos acusados ocorreu após análise do habeas corpus pela
2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO). A
decisão dos desembargadores foi unânime. Eles tiveram os passaportes
retidos e terão que comparecer em juízo uma vez por mês.
Prisões
Os acusados estavam detidos em uma ala isolada do recém-inaugurado presídio da Formosa. Eles foram presos no dia 19 de março, durante a Operação Caifás, deflagrada pelo Ministério Público. Além do dízimo, a apuração apontou que o grupo se apropriava de dinheiro oriundo de doações, arrecadações de festas realizadas por fiéis e taxas de eventos como batismos e casamentos.
Os acusados estavam detidos em uma ala isolada do recém-inaugurado presídio da Formosa. Eles foram presos no dia 19 de março, durante a Operação Caifás, deflagrada pelo Ministério Público. Além do dízimo, a apuração apontou que o grupo se apropriava de dinheiro oriundo de doações, arrecadações de festas realizadas por fiéis e taxas de eventos como batismos e casamentos.
As investigações sobre o desvio de dízimo começaram no ano passado,
após denúncias de fiéis. Eles afirmaram que as despesas da casa
episcopal subiram de R$ 5 mil para R$ 35 mil desde a chegada do bispo
Dom José Ronaldo, em 2015. Na ocasião, o clérigo negou haver
irregularidades nas contas da Diocese de Formosa.
Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça foram usadas na
apuração. O grupo teria comprado uma fazenda de gado, carros de luxo e
uma lotérica com os recursos.
A operação culminou com apreensões em Formosa, Posse e Planaltina.
Durante as apreensões, foi encontrado dinheiro escondido em fundo falso
de armário.
Bloqueio de bens
O juiz Fernando Oliveira Samuel, da 2ª Vara Criminal de Formosa,
determinou em 27 de março o bloqueio de bens dos seis clérigos, dois
empresários e do secretário da Cúria. O limite é de até R$ 1 milhão por
cada. Também foi autorizada a quebra do sigilo bancário e fiscal dos
acusados.
Gestor temporário da Diocese de Formosa nomeado pelo Papa Francisco e
arcebispo de Uberaba (MG), Dom Paulo Mendes Peixoto criticou o bispo
preso e disse que recebeu “caixa vazio e com dívida”. A nomeação dele
foi feita pelo Papa Francisco. Ele auxiliará nas atividades da paróquia
da região até que seja nomeado um novo bispo.
A polícias apura outras acusações que surgiram contra o bispo fora do processo. Entre elas, está o uso de cartões da Igreja para compra de bebidas alcoólicas. De acordo com boletim de ocorrência, houve gasto de R$ 4 mil indevidamente.
Além
disso, fiéis afirmam que Dom José Ronaldo aumentou em até 400% taxas de
casamento quando assumiu a administração, em 2014. As mesmas
informações chegaram ao MP-GO) por meio do depoimento de um dos padres
que denunciou o esquema, mas, segundo o promotor, ainda não compõem uma
apuração específica.
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