O Ministério Público da Paraíba descobriu que um beneficiário do
programa Bolsa Família do Governo Federal teria um carro de luxo em seu
nome na cidade de Rio Tinto, no Litoral da Paraíba. A fraude foi
descoberta durante a Operação Pão e Circo, que denunciou um esquema de
desvio de dinheiro no Estado. De acordo com o MP, o carro pertence na
verdade ao dono de uma agência de eventos citada no esquema.
Segundo as investigações, o comerciante que recebe o benefício do
programa social é na verdade um laranja. Ele está inscrito no Cadastra
Único do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que
atende famílias que recebem até três salários mínimos. O que chamou a
atenção do MP e da Polícia Federal durante a operação é que um dos
carros que pertenceria ao homem custa cerca de R$ 200 mil. No nome dele,
existem ainda outros seis veículos, entre carros e motocicletas,
segundo o MP. Os agentes não sabem dizer ainda se o comerciante sabia
que os carros estavam em seu nome.
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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime (Gaeco) do MP descobriu
que os veículos são utilizados por um empresário da cidade de
Guarabira, na Região Metropolitana de João Pessoa. Ele é dono de uma
agência de realização de eventos suspeita de participar do esquema que
teria desviado R$ 65 milhões de verbas públicas em festas de prefeituras
em quatro estados do Nordeste.
Os carros foram apreendidos durante a operação e depois a fraude foi
descoberta. De acordo com a denúncia da época, prefeitos e proprietários
de agências supefaturavam a realização de festas como Carnaval e São
João e ficavam com boa parte do dinheiro. 28 pessoas foram presas, entre
elas, três prefeitos.
A TV Cabo Branco encontrou o endereço do homem que é beneficiado pelo
programa social que serviria como laranja no esquema emprestando o nome
para registrar os veículos e não levantar a suspeita de enriquecimento
ilícito dos envolvidos na realização das festas. A casa da família do
beneficiário fica na zona rural de Rio Tinto e tem um padrão divergente
para o dono de um carro de luxo, segundo o Gaeco.
Ele não foi localizado, mas a esposa dele falou que o esposo nunca
teve carro de luxo e que trabalha vendendo botijões de gás na zona rural
do município para sustentar a família. O dinheiro recebido pelo
programa, R$ 97, ela afirmou que é a complementação da renda para ajudar
na criação dos três filhos do casal. Vizinho confirmaram para a equipe
de reportagem da TV Cabo Branco que ele nunca chegou ao local em nenhum
carro de alto padrão.
A casa do empresário que, segundo a denúncia do MP, era o verdadeiro
dono dos carros foi localizada pela equipe da TV. Ele mora em uma casa
de alto padrão em um bairro nobre da cidade Guarabira. Segundo relatos
de vizinhos, ele sempre chegava com carros importados à residência.
Ninguém foi localizado para comentar o assunto na casa do suspeito.
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