22 de março de 2013

Ministro da Saúde conhece realidade do Walfredo Gurgel e anuncia “ajuda” de R$ 14 mi



Alexandre Padilha é o primeiro ministro da Saúde a visitar o maior hospital de urgência e emergência do RN. Foto: José Aldenir
Alexandre Padilha é o primeiro ministro da Saúde a visitar o maior hospital de urgência e emergência do RN. Foto: José Aldenir
Às vésperas de completar 40 anos de funcionamento, comemorado no próximo dia 31, o maior hospital de urgência e emergência do Rio Grande do Norte, o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, recebeu na manhã desta sexta-feira (22), pela primeira vez na história, a visita de um ministro da Saúde. O ministro Alexandre Padilha visitou as dependências do Pronto Socorro Clóvis Sarinho, o setor de politrauma e verificou in loco a caótica situação do hospital, que hoje tinha 47 pacientes em macas espalhadas pelos corredores.
Durante a visita, o ministro Padilha conversou com alguns pacientes do corredor, mas a imprensa não pode acompanhar a visita na área interna do hospital. Na ocasião, o representante do Governo Federal fez a assinatura da placa que marca a integração do Hospital Walfredo Gurgel ao programa federal SOS Emergência, que já estava em andamento na unidade, com ênfase na qualificação dos hospitais de urgência e emergência e melhoria da gestão e do atendimento em grandes hospitais.
Além de conhecer as dependências da unidade, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha,  anunciou que serão investidos, anualmente, R$ 14 milhões, no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, sendo que R$ 11 milhões na criação de 118 leitos de retaguarda no Rio Grande do Norte, que serão instalados no Hospital da Polícia Militar Coronel Pedro Germano, no Ruy Pereira, no Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol), além do próprio Walfredo Gurgel.
Além disso, R$ 2 milhões serão destinados para aquisição de equipamentos e mais R$ 1 milhão para reforma e ampliação do setor de urgência e emergência do Walfredo. “Além disso, o Governo Federal vai investir R$ 300 mil por mês em custeio para o funcionamento do setor de urgência e emergência. O SOS tem dia para começar, mas não tem dia para terminar. A cada dia nós vamos enfrentando novas situações e nosso primeiro foco é garantir que pessoas não fiquem nos corredores”, afirmou.
“O programa SOS Emergência busca enfrentar as áreas mais críticas da baixa qualidade no SUS. Nós encontramos um hospital bastante lotado, com pacientes em macas nos corredores. É um hospital que concentra todo atendimento de urgência e emergência, não só de Natal, mas de quase todo o Rio Grande do Norte e é exatamente essa realidade que nós queremos mudar. Já estamos com nossa equipe acompanhando, conhecemos o grau de lotação, a quantidade de pessoas nos corredores, e sabemos que é uma situação que chegou a ser maior. Nós vamos enfrentar junto com o Estado, os municípios, os servidores do Estado. Sou o primeiro ministro que vem ao Walfredo Gurgel, porque entendemos que é uma realidade que precisa ser mudada e enfrentada”, destacou o ministro.
Dentro do Programa SOS Emergência, estão previstas também a instalação de câmeras em todo o hospital e a informatização do atendimento. “Isso vai ajudar o gestor a monitorar o que acontece no hospital, a ter um diagnóstico detalhado do funcionamento da unidade hospitalar, além de melhorar o tempo de espera”, afirmou o ministro. “Precisamos agir antes de chegar ao hospital, ações dentro do hospital e ações fundamentais depois da saída do paciente dos hospitais. Percebemos que as pessoas felizmente têm a vida salva nesse hospital, pelo esforço dos médicos e dos profissionais de saúde, mas muitas vezes ficam até quatro dias numa maca do Pronto Socorro para dar continuidade ao seu tratamento. A abertura de leitos de retaguarda vai contribuir para mudar essa realidade. Uma ação dentro do hospital é o Núcleo de Acesso e Qualidade, formado por servidores, que terão como papel visitar os pacientes que estão nos corredores para dar agilidade nos processos, como forma de retirá-los dessa situação o quanto antes”, destacou.
O ministro Alexandre Padilha disse que com o SOS Emergência, o Hospital Walfredo Gurgel terá que cumprir, administrativamente, algumas metas como de taxa de ocupação, de tempo de permanência dos pacientes, números de cirurgias. “O foco inicial e principal são todos os serviços de urgência e emergência nesse hospital, inclusive definindo melhor o que cabe a este hospital atender, o que deve ser realizado em outros hospitais e o SAMU trazendo para o Walfredo pacientes que precisam ser atendidos apenas por este hospital. Temos que estabelecer um perfil de pacientes porque esse hospital é muito valioso para salvar vidas”, afirmou.
Além disso, o ministro disse que é necessária a abertura imediata das Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs) de Natal e da Região Metropolitana. “Definimos com os estados e municípios buscar a abertura imediata das UPAs 24 horas, inclusive o Ministério da Saúde está disposto a colocar mais recursos para ajudar na manutenção das UPAs, caso seja necessário, pois onde as UPAs estão funcionando, de cada 100 pessoas que precisam ir para o Pronto Socorro, 97 tem seu problema resolvido na própria UPA”, disse Padilha.
Governadora já vê resultados
A governadora Rosalba Ciarlini, que acompanhou o ministro Alexandre Padilha durante a visita ao Hospital, disse que já realizou outras visitas no Hospital Walfredo Gurgel e que já consegue perceber algumas mudanças. “Nós tínhamos mais de 100 macas nos corredores. Isso era uma constante e gradativamente estamos conseguimos reduzir, pois já abrimos mais de 80 leitos de retaguarda clínica. Quando concluirmos os mais 56 leitos até o final de abril, eu tenho certeza de que os 47 pacientes que estão no corredor hoje já não vão mais existir porque teremos leitos para abrigar esses pacientes. Vamos abrir a quantidade de leitos clínicos e de UTI necessários para que possamos retirar todas as macas dos corredores”, destacou.
Para a governadora, a solução do problema da superlotação do Walfredo será a construção do Hospital de Trauma, que está em processo de licitação e deve ter suas obras iniciadas em abril deste ano. A governadora confirmou que o novo hospital será construído na zona Oeste, próximo ao prolongamento da Prudente de Morais, nas proximidades do bairro Planalto.
O secretário estadual de Saúde, Luiz Roberto Fonseca, considera que a visita do ministro ao hospital como um marco, haja vista que é a primeira vez que um ministro de Estado visita o maior hospital do RN, mas no tocante ao que já vinha sendo realizado e a visão prioritária do Governo do Estado em relação ao Hospital não muda nada, pois, segundo o secretário, a concepção do conceito das ações é prévia a vinda do ministro Alexandre Padilha.
“A vinda do ministro ratifica a vontade do Ministério da Saúde, através do Programa SOS Emergência, e do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde Pública e da gestão local do Walfredo Gurgel, em resolver os problemas desta importante unidade. O servidor do Walfredo Gurgel é aguerrido, faz mais do que deveria e é sugado acima da capacidade de resposta porque um hospital com 288 leitos, as vezes tem que dar resposta a 450 pacientes internados. Isso é muito próximo do desumano. A vinda do ministro significa dizer que estamos no caminho certo e tem um significado do ponto de vista simbólico gigantesco, de dizer que é essa forma que está sendo é o correto”, destacou Luiz Roberto Fonseca.

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