2 de fevereiro de 2012

Juiz da Vara de Execuções Penais critica negligência do Estado em relação à Alcaçuz

A fuga registrada na madrugada de hoje na Penitenciária de Alcaçuz, em Nísia Flores, é reflexo da falta de competência do Governo do Estado na administração do sistema prisional potiguar. A afirmação foi feita pelo juiz da Vara de Execuções Penais e Corregedor de Alcaçuz, Henrique Baltazar.

De acordo com ele, mesmo após as recorrentes fugas e rebeliões, não existem medidas concretas sendo empregadas para diminuir a fragilidade dos presídios do Rio Grande do Norte. "Não adianta fazer discurso se não der as condições para melhorar", disse ele.

Em sua avaliação, o poder público deveria investir na restauração da estrutura das unidades prisionais, que atualmente se encontram em péssimo estado de conservação. "A estrutura física dos presídios está deteriorada, acabada, velha", destacou, afirmando que nos últimos dez anos nada foi feito para mudar a situação.

Um dos pontos criticados pelo juiz foi a logística das visitas realizadas em Alcaçuz. Segundo ele, o fato dos visitantes terem de entrar nos pavilhões para encontrar os presos é prejudicial para a manutenção da segurança da unidade. 

"Nos presídios do Paraná, Minas Gerais e do Espírito Santo existe uma área específica para as visitas, separadas dos pavilhões. Desta forma, são os presos que saem para receber as pessoas de fora, e não elas que entram", afirmou, destacando que Alcaçuz tem condições físicas de adotar o modelo, mas que falta vontade política dos governantes. 
De acordo com Henrique Baltazar, o problema de fugas enfrentado em Alcaçuz é grave, porém, corre o risco de se tornar banal em razão da recorrência. "Em breve até as fugas vão deixar de ser notícia, já que não serão mais novidade nenhuma".

Após a contagem dos presos, a direção da Penitenciária Estadual de Alcaçuz constatou que seis apenados escaparam na madrugada desta quinta-feira (2), ao invés de cinco, como havia sido divulgado inicialmente.
Os presidiários fugitivos são: Joelson Paulino Batista, Alan Dayvison Nunes dos Santos, José Roberto Bernardo, Ricardo Alexandre de Souza, Paulo Eduardo Lopes de Oliveira, e  Akceussanerson Silva de Souza.
Os seis escaparam por um túnel cavado no pavilhão I da unidade prisional. O buraco estava aberto desde a última fuga realizada pelo local. A polícia segue em diligências para tentar encontrar os detentos.

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